Crítica – Animais Fantásticos e Onde Habitam

15 de novembro de 2016

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Fãs de Harry Potter, vocês devem se lembrar do ano de 2011, onde você “achava” que tinha assistido a última aventura bruxa fantástica da sua vida. Eu sei o que você sentia naquele momento triste. Alegre-se, pois este ano esse universo foi expandido globalmente e continua a nos prender nessa nova história criada pela mente brilhante de J.K. Rowling.

A Warner Bros. traz para o Brasil essa nova saga mágica que terá 5 filmes. Ela pretende revelar muitos mistérios, novos personagens e um país diferente, porém sem perder a qualidade. Muito pelo contrário.

Nessa nova história, estamos situados 70 anos antes dos acontecimentos de Harry Potter e a Pedra Filosofal. Dessa vez acompanhamos a história de Newt Scamander, um grande pesquisador e apaixonado por animais mágicos que chega a Nova York com uma missão misteriosa.

Grandes problemas sempre encontram nossos protagonistas das história de J.K. Rowling e com Newt não é diferente. Ao chegar à cidade, em um momento onde o mundo No-Maj (assim são chamados os “trouxas” nos Estados Unidos) se pergunta sobre a existência ou não dos bruxos vivendo entre eles, devido a vários ataques de Grindelwald que assolam a Europa Ocidental.

Newt traz consigo uma mala cheio de criaturas misteriosas e mal interpretadas pelo mundo. Scamander consegue entede-los como ninguém e cria um vínculo com cada criatura em sua maleta. Porém alguns animais fogem e assim começa a grande aventura do filme que envolve amor, passado, provação e o começo de uma grande saga.

J.K. Rowling criou um roteiro diferente do que estamos habituados no mundo de Harry Potter. Dessa vez não é uma história somente focada em Newt, dessa vez estamos acompanhando eventos catastróficos, a luta entre os Bruxos que querem que o mundo os venere e os que querem manter o anonimato sem atrapalhar a vida dos No-Maj. O roteiro muda pouco de ritmo no filme, trazendo uma estabilidade aos espectador e o deixando intrigado com todo esse universo criado.

Eddie Redmayne mais um vez faz uma grande atuação, porém nada de diferente do que estamos acostumados a ver dos trabalhos dele. Porém ele consegue criar uma empatia muito grande devido ao seu amor aos animais e as pessoas simples no qual seu personagem demonstra grande apreço e mais uma vez vai ganhar o público devido essa proximidade com aquilo que chamamos de “simplicidade”.

Outros destaques do filme também vai para Erza Miller que carrega a carga mais dramática do filme e também para Katherine Waterston que é de grande importância a trama do filme. Johnny Depp também está no filme como já havia informado os produtores do filme e sua atuação mostra um grande potencial para o decorrer da saga e consegue causar um pouco de medo mesmo com pouco tempo de tela. E claro existe aquele estilo “Rownling” de juntar casais não óbvios e retratar os problemas de cada personagem como ingrediente para o relacionamento funcionar.

Efeitos especiais de qualidade não falta no longa, ele consegue trazer a magia a tela mesmo estando 70 anos antes de Harry Potter. Mesmo que a magia seja sempre a mesma, é difícil criar algo que se encaixa com a época e eles conseguem “acertar a mão” na quantidade utilizada e não nos deixa sair de 1940. Dessa vez os bruxos não tem restrição em usar “magia” fora da escola e vemos embates que acontecem no meio das cidades, devastando vários prédios e casas ao redor, mas com um simples toque mágico as coisas voltam ao normalidade.

As criaturas feitas em CGI tem muitos detalhes e conseguimos enxergar vida e personalidade em cada uma dela, que trazem uma dose de humor em cada relacionamento deles com o mundo No-Maj. Falando nisso, esse “humor” é bastante controlado no filme, mas ele funciona e talvez seja o maior diferencial se compararmos a saga de Harry Potter.

O desfecho do filme apresente talvez um pouco de receio sobre o que pode vir a seguir. Sabemos que Grindelwald é um grande vilão do universo, mas somos pouco familiarizado com o personagem e ele não consegue estabelecer uma ponte para os próximos filmes, mesmo que já tenha sido divulgado que haverá 5 filmes. Para quem não está familiarizado com o nome, Grindelwald foi um dos mais terríveis feiticeiros negros que aterrorizou a Europa em 1940 empunhando a Varinha de Sabugueiro. Ele é derrotado por nada mais nada menos que Albus Dumbledore em 1945, num duelo que inspirou terror e admiração a todo que assistiram ao embate mágico.

Animais Fantásticos e Onde Habitam definitivamente está entre os melhores filmes do universo criado por J.K. Rowling, com boas atuações, um toque controlado que faz com que o filme acelere seu potencial rapidamente e traz com maestria a volta do universo bruxo nos cinemas. Percebemos o carinho que tiveram para com o universo e para quem duvidava (assim como eu) que o universo Bruxo que começou com Harry Potter já havia chegado ao limite, mal pode esperar para ver a história protagonizada por Newt Scamander e suas animais fantásticos.

Nota: 9