Continuando nosso estudo sobre a maior personagem das histórias em quadrinhos, Mulher Maravilha. Nesse texto iremos abordar as melhores histórias da nossa heroína que comemora 75 anos de existência.
Pós-Crise nas Infinitas Terras
Nos anos 80 a DC comics realizou uma empreitada ousada que foi reiniciar o seu universo que passava por um momento caótico para muitos leitores que tinham inúmeras dificuldades para adentrar as histórias de um universo que havia se tornado um multiverso repleto de terras paralelas, pontas soltas e versões alternativas dos inúmeros personagens da editora das lendas.
O nome desse evento, como muitos devem saber, que tornou-se o ponto de partida para o novo universo DC é Crise nas infinitas terras, um dos maiores marcos na história dos quadrinhos de super heróis, responsável por ser um divisor de águas entre as clássicas era de prata/bronze e a era moderna.
Para muitos leitores esta foi a fase definitiva do Universo DC, pois após a crise muitos eventos e histórias marcantes permearam e enriqueceram ainda mais este universo que já fazia parte do imaginário popular.
O evento escrito por Marv Wolfman e desenhado por George Perez, teve duração de um ano e teve consequências em praticamente todos títulos da editora, e ao final da Saga a Mulher Maravilha da Terra 1, a terra que representava o cânone principal do Universo DC, morreu de uma forma dramática em meio aos confrontos contra o vilão super poderoso antimonitor.
Porém esta morte trágica possibilitou um renascimento épico pelas mãos de um dos maiores artistas da história da nona arte, George Perez, o desenhista antológico de Crise nas infinitas Terras ficou responsável por desenhar e desenvolver a nova origem da Mulher Maravilha e o resultado foi, com o perdão do trocadilho, maravilhoso.
Com relação à origem da personagem neste novo período as Amazonas são citadas como Mulheres que foram assassinadas no início dos tempos, Hipólita que estava grávida antes de sua morte moldou do barro a sua filha Diana.
Graças a benção dos deuses do olimpo esta criança viria a se tornar mais poderosa do as demais pessoas do planeta.
Cada Deus lhe conferiu uma habilidade diferente.
Demeter: concedeu a Diana força e o poder.
Afrodite: Beleza e um coração amoroso.
Atena: Sabedoria.
Artemis: o olho de caçadora e a compreensão das feras.
Héstia: Afinidade com o fogo para que os corações do homens sempre se abrissem para Diana.
Hermes: Velocidade e poder de voo.
Desta forma nascia uma guerreira reformulada, uma guerreira deusa que representaria os ideais de uma nova era, na figura de uma mulher moderna, vencedora e com grandes virtudes, mostrando não apenas a capacidade diferenciada das mulheres em ser multi funcional e naturalmente protetora, mas de inspirar a todos com a sua bondade, força e o senso inabalável de justiça e verdade, uma Mulher Maravilha.
Grandes Clássicos
A Mulher Maravilha é um dos maiores pilares da editora norte-americana DC Comics, ao lado de Superman e Batman compõe a chamada trindade, além de ser uma das principais integrantes da Liga da Justiça, porém apesar de possuir grande importância e relevância no universo DC, muito disso graças ao conceito e os valores representados por ela, a personagem infelizmente, não possui a mesma quantidade de momentos marcantes e históricos nas HQs, como outros personagens da editora, por exemplo: Batman em Cavaleiro das Trevas, Dia das Bruxas, Vitória Sombria, Piada Mortal e Ano Um ou o Superman em Grandes Astros Superman, O Homem de Aço, Legado das estrelas, Entre a Foice e o Martelo e As Quatro Estações.
Mas isso não quer dizer que a Mulher Maravilha não tenha histórias indispensáveis na sua carreira, abaixo segue três grandes momentos que marcaram época.
Deuses e Mortais (George Perez)
Dentre os momentos mais marcantes antes da fase Azzarello como roteirista, podemos citar primeiramente a reformulação da personagem em 1987, após o mega evento Crise Nas Infinitas Terras, desenhada pelo mestre George Perez.
Sob a batuta de Perez podemos destacar os arcos Deuses e Mortais e Desafio dos Deuses, nestes dois primeiros é possível ter o conhecimento da nova origem da Mulher Maravilha, diferente do que foi apresentado anteriormente, durante as eras de ouro e prata, com um foco maior nas histórias solo da personagem, pois na época a DC Comics havia estabelecido que o Superman e a Mulher Maravilha não seriam imediatamente inseridos na Liga da Justiça, primeiramente os mesmos seriam bem desenvolvidos e estabelecidos em seus respectivos títulos solo, para posteriormente integrarem as equipes de heróis e consequentemente estrelarem os crossovers e mega eventos que envolvem grande parte dos personagens da editora, como o caso da série Lendas publicada nos anos de 1986/87.
Dentre as publicações brasileiras que apresentaram as histórias citadas podemos destacar Grandes Clássicos DC n°2 Mulher Maravilha e na publicação, em capa dura, Biblioteca DC Mulher Maravilha Deuses e Mortais, ambas pela editora Panini Comics.
Para quem tem o interesse de conhecer o material na integra em inglês é possível acompanhar através do encadernado Wonder Woman by George Perez Omnibus.
A Fase de Greg Rucka
As publicações nos anos 2000, contendo uma fase recheada de tramas políticas e com muito enfoque social, que de certa forma contribuíram com o processo de “humanizar” a personagem neste período que foi escrito por Greg Rucka.
Os arcos escritos por Greg Rucka foram publicados no Brasil em vários títulos dentre eles a mensal Superman e Batman, publicada no período pré Ponto de Ignição e também nos encadernados, Rivalidade Mortal e Hiketéia, está última contendo a belíssima arte de J.G. Jones.
Para quem tem o interesse em acompanhar os volumes originais em inglês, Wonder Woman by Greg Ruck volume 1 é uma ótima pedida.
Vamos torcer para que a Panini, com o hype gerado pelo anúncio do filme da Deusa Amazona, publique um número maior de encadernados da personagem, assim como foi feito recentemente com Lanterna Verde e Batman na série DC Deluxe.
O Espirito da verdade (Paul Dini / Alex Ross)
E por fim, mas não menos importante, a história “O Espírito da Verdade”, que merece figurar não somente como um grande momento na carreira da Amazona, mas de todo o universo DC, talvez não pelo impacto direto na cronologia, mas principalmente pelo apelo dramático, envolvendo o tema Paz mundial, contido no roteiro escrito por Paul Dini e nos desenhos do lendário ilustrador Alex Ross.
A história foi publicada em um formato magazine pela editora abril em uma série que reunia edições com temas parecidos focados nos principais heróis da DC Comics, posteriormente a Panini reuniu todas estas edições escritas por Paul Dini e desenhadas por Alex Ross em um volume encadernado chamado os maiores Super heróis do mundo.
Gostei muito de citar as principais publicações da personagem e concordo que são poucas afinal de fato é um dos pilares da DC , porém em um campo dominado por personagens masculinos se destaca sem dever nada.
Achei muito bom mencionar que ter valores excepcionais são sem duvida marca e sucesso da personagem, reflete a mulher moderna que deve “super” em tudo sem abandonar a sensibilidade e comportamento moral esperado dela.
Aguardo suas novidades Paulo 🙂