Por Yuri Alves.
Iniciando os lançamentos de 2020 da DC, chega aos cinemas Aves de Rapina: Arlequina e sua emancipação fantabulosa. O filme apesar de reconhecer seu vínculo com Esquadrão Suicida, prova que é totalmente independente e não pretende se apoiar no famigerado filme de 2016. Um breve resumo em forma de animação e narrado pela anti-heroína conta tudo que o público precisa saber sobre a trajetória de Harley Quinn e o que a faz desejar sua emancipação fantabulosa.
O Coringa rompeu com Arlequina e ela não sabe lidar muito bem com rejeição. Depois de muitos tropeços, choro e depressão ela decide virar a página, e cortar os laços com seu “pudim”. Arle-doida-quina promove uma separação explosiva logo nos momentos iniciais do filme. Porém, com o Coringa fora de cena, ela perde sua proteção e alguns privilégios em Gotham. Não demora muito para que ela vire alvo de vários criminosos, em especial o novo chefe do crime Máscara Negra (Ewan McGregor) e o assassino em série Victor Zsasaz (Chris Messina).
Logo, Arlequina parte em uma missão para proteger a jovem ladra Cassanda (Ella Jay Basco) que roubou o diamante do vilão Mascara Negra e acaba cruzando com outras mulheres, cada uma em sua missão pessoal. São mulheres extremamente diferentes, seja no humor, seja no estilo. Mas quando elas formam um time, o resultado é incrível. É claro que o fio condutor é a personagem de Margot Robbie. Todo o filme é sobre a jornada emocional, descobertas e transformações de Arlequina.
Aves de Rapina é pura diversão, cheio de pirotecnias e acidez
A decisão de conduzir o filme no melhor estilo Deadpool foi assertiva porque possibilita que a personagem (que narra a história do início ao fim) consiga conectar todas as histórias, assim como todas as personagens. O que torna a reunião do improvável grupo de mulheres orgânica e divertida. Arlequina quebra a quarta parede, xinga e faz comentários sem filtro a todo tempo, seja lutando ou apenas apresentando suas parceiras ao público.
Apesar de o filme ser puro entretenimento e divertir o espectador do início ao fim, há de se apontar alguns problemas. Sim, Aves de Rapina não é um filme perfeito, mas está longe do desastre de Esquadrão Suicida. Sua forma despretensiosa e sem levar nada a sério permite que o filme funcione. No entanto, o roteiro de Christina Hodson (do vindouro The Flash) parece não ter pressa em reunir as personagens principais.
Renee Montoya (Rosie Perez), é a policial cansada do machismo e corrupção, Canário Negro (Jurnee Smollet-Bell) tem uma vida difícil e trabalha como cantora na boate do vilão e Caçadora (Mary Elizabeth Winstead) tem a infância marcada por uma tragédia e busca vingança. Embora a conexão das personagens com Arlequina funcione, essa demora tende a incomodar, assim como o excesso de flashbacks e voice-over. Dessa forma, o resultado de montagem do filme não é tão eficiente.
É no terceiro ato que se dá (finalmente) a reunião dessas mulheres poderosas que encontram um objetivo em comum para lutarem juntas. As sequências de luta são incríveis e praticamente cartunescas. Cheias de cor, brilho e muitos exageros. A Warner de forma sabia decidiu fazer algumas refilmagens e contratou o diretor Chad Stahelski (da franquia John Wick) para comandar as cenas de ação. Então, espere por muitas cenas de luta insanas, sangrentas, divertidas e com performances enérgicas. Mary Elizabeth Winstead está simplesmente incrível como Caçadora!
Considerações finais
Aves de Rapina se junta aos últimos lançamentos da DC nos cinemas como um filme divertido e que vai agradar grande parte do público. Não há pretensão alguma, senão entreter e dar espaço e voz para grandes personagens femininas contarem suas próprias histórias. Margot Robbie é uma atriz em ascensão e rouba a atenção no filme. Nota-se o quanto ela está se divertindo em cada cena. Além de atuar ela é uma das produtoras do filme. O restante do elenco é competente e mostra um bom desempenho. A trilha sonora dá o tom que o filme precisa.
O estigma de interesse amoroso ou ajudante não existe mais. É justamente isso que esse filme de propõe. apresentar mulheres trazendo uma representatividade sobre empoderamento feminino de formas diferentes. Personagens independentes que não precisam de mais nada senão suas habilidades e união. Definitivamente, Aves de Rapina consolida Arlequina no universo da DC como uma das melhores personagens.
Nota: 4/5