sábado, 23, nov, 2024

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Cyberpunk 2077 – O triste fim de um hype!

10 de dezembro estava sendo um dos dias mais aguardados desse ano, após atrasos e diversas polémicas, Night City finalmente está entre nós, mas olha, talvez a cidade não seja o maior perigo, senta aqui, e tente me entender nessa análise ( vai soar mais como um desabafo).

Entre sujeiras, corrupção, vícios e violência, você é V ( homem ou mulher) um ser disposto a tudo pra mudar de vida, e Night City te convida ao caos, ao declínio.
Figuras icônicas irão fazer parte de sua jornada, desde mercenárias sedutoras, empresários podres e bandidos canastrões.
Tá soando meio vago? Pois é, essa é a beleza desse jogo, a cidade não vai acontecer pra você entender, ela já aconteceu, você é apenas o peão no meio disso.
V ao fazer amizade com um outro mercenário o Jackie, eles tem a oportunidade de suas vidas: subir a classe entre os bandidos e ser alguém no meio da cidade decadente. Mas sempre tem que dar uma merda, e além de presenciar um assassinato que muda toda night City, V termina com um vírus instalado em sua mente: Johnny Silverhand (que antes de mais nada, o Keanu Reeves leva nas costas as cenas que aparece! O cara é monstro e não tem como discordar).

Os cenários chuvosos são os únicos que estão realmente bonitos nos consoles base.

A trama te faz conhecer um ser mais estranho que o outro, assim como a bela e exótica Panam ( que virou meu personagem favorito em segundos), a memória de um cyberterrorista/músico e até gêmeos que juram que dividem a mesma mente.
Esqueça a comparação com GTA, Cyberpunk é ele mesmo, mas nada de inovador, nada de tão diferente, mas ele tem a sua forma, o seu brilho.
Um RPG, que mesmo com simplicidade de suas evoluções, ele te dá 3 caminhos: nômade, marginal, e coorporativo.
A minha escolha foi a mais óbvia, Marginal.
Michael Pondsmith criador do jogo de mesa Cyberpunk 2022 vê o seu legado transmitido para as telas, aquele cheiro que mistura Akira, Blade Runner, Ghost in The Shell, e uma pitada de Matrix ( não é só pelo Keanu Reeves, acredite).
O jogo tem um mecanismo interessante, você escolhe como vai abordar as missões, se vai no modo rolo compressor ( alô fãs de FPS) ou vai no stealh hackeando tudo e sendo uma sombra( Metal Gear e Watchdogs), isso além de te dar uma sensação de controle, te faz querer jogar novamente só pra ver oque acontece no outro método. Eu como apaixonado por FPS e um noob atómico em furtividade, fui no modo rolo compressor, e nossa,as mesclas de armas de fogo com lâminas, o resultado é bacana ( mas poderia ser muito melhor, muito mesmo).

A tradução fez os nomes das missões me relembrar os anos 90 e começo de 2000 com esses nomes ai.

O mapa do jogo é recheado de atividades, da até uma canseira olhar no começo, mas depois fica bem fluído.
Por mais que as ruas não sejam tão variadas, é gostoso andar pelo mapa, ver o pôr do sol, e curtir as rádios do jogo. Com músicas compostas exclusivamente para o jogo, destaque pra Rádio Ritual Fm que toca uns death/black metal cabulosos.
Mas assim como a mente toda deteriorada do V, o jogo não consegue se manter firme com tudo isso, e talvez agora chegamos ao ponto avassalador da história: a própria CD Projekt Red.

Eu sou uma das pessoas que estavam num hype ultra com cada notícia do game, tudo quanto é notícia me animava.
Mas algo me soava estranho: cadê as versões do jogo para os consoles base da geração atual/anterior?.
Infelizmente era algo que viria ser triste.
Foi a minha primeira vez que fui em uma loja comprar um jogo em seu lançamento. Realmente estava louco pra jogar, e aí veio os bugs, os erros, a má otimização, e algo vazio, triste e inacabado.
Entenda, o jogo tem um grande potencial, mas não é aquele que foi anunciado, prometendo algo inovador, algo único, algo que seria um divisor de águas na indústria, mas a queda foi anunciada, e quem sentiu o golpe foi os fãs. Desde funcionários trabalhando além do combinado, fãs (aqueles que não tem limite do bom senso) fazendo ameaças e a indústria na espera, o jogo foi lançado escondendo oque estava por vir nos consoles no final da sua geração.
Me fez lembrar a versão catastrófica de Sombras de Mordor para PS3.

A arvore de habilidades tem diversas ramificações, e elas tem que estar em equilíbrio para melhor proveito do jogo.


É com pesar que falo que eu gostei, mas me senti frustrado com o jogo. Foram diversos bugs, mas teve alguns que realmente me atrapalharam, como informações na tela de uma arma que estava usando e depois mesmo em cenas de diálogo (levou umas 5 missões pra voltar ao normal), fica escrito na tela os comandos da torreta. Direção do carro simplesmente parar de funcionar e com isso a missão ser perdida (aqui é assim, perdeu a missão, já era, ela não volta). A iluminação do jogo apagar e só depois de uns 5 segundos aparecer novamente, menu começar a ter resposta super lenta. O jogo fechou sozinho uma vez e a queda de quadros é constante, algumas vezes travando a imagem por meio segundo ( isso no meio de um tiroteio não é muito bem vindo).
Mas tirando esses oque eu presenciei foram personagens travados na tela, armas sumindo das mãos, e carros sendo tele-transportados.
Após o segundo Patch, a imagem deu uma melhorada grande, as luzes e sombras estavam mais vivas (mas continuou com os problemas de apagões), algumas texturas bem melhoradas (mas algumas ainda com defeitos), o chão mais polido e Johnny Silverhand deixou de ser um cospobre do Keanu Reeves.

A melhor personagem que você vai encontrar nesse jogo, simples assim.


Erros antigos da produtora se mantém aqui, como você pegar um número x de itens e seu personagem ficar ultra pesado, mas é necessário pegar pra vender, ou desmontar, pois tudo custa grana no jogo, e VC precisa evoluir.
Mesmo com poucas opções na customização, você até para pra fazer, mas raramente você vai se ver no game, e se prepare pra pegar roupas (aqui são armaduras) feias e espalhafatosas, talvez algo como os títulos recentes da Ubisoft em poder mudar o visual, seria muito bem vindo.
As armas são variadas, e conforme avança, vai coletar armas bem potentes.
O sistema de recriar uma cena com as neurodanças bebe forte na forte Batman Arkham.
E mesmo sendo RPG com diversos diálogos e opções que você abre possibilidades como monta o personagem, o jogo tem ação, e tem vezes que os inimigos são inúmeros (aí me alegro).

Evoluir é a chave da diversão, pois entre contratos com a polícia, roubos de informações, salvamento de funcionários de empresas e assassinatos em demasia, você vai precisar evoluir, e pegar dinheiro pra comprar um carro melhor e até mesmo pra avançar na história do game.
Inúmeras opções, inúmeros caminhos e isso é bastante convidativo. Mas nada que você já não tenha jogado. Infelizmente.
Você já jogou tudo oque tem aqui, e é triste ver que a cidade não é tão viva como foi vendida.

Pra mim Cyberpunk foi um “desperdício” de uma ideia incrível. Triste ver um jogo como esse sendo estragado pelo marketing ( leia-se soberba), e pela pressa.
A sincronia labial mesmo não sendo tão realista, é demais ver o personagem falando português, a tradução do texto do jogo é incrível! Referência a mamonas assassinas, professor Raimundo, Tonico e Tinoco, Angélica, e até mesmo a um certo político aí.
A equipe deve ter maratonado yuyu Hakusho antes de escrever, e isso realmente tá demais.

Poucas roupas são realmente bonitas, mas as mais feias são as mais fortes, então se prepare pra ficar parecendo um palhaço mais a prova de balas.

Cyberpunk é um jogo bom, longe de ser inovador, e decepciona aonde prometeu ser monstruoso. Tem um potencial monumental pra ser um dos grandes jogos ( quem sabe nós próximos patches, principalmente o prometido em fevereiro de 2021), mas as polémicas em torno do título, talvez faça ele morrer em menos de um ano, ou levar mais uns meses pra se tornar um jogo memorável. Se você está no hype, vá com calma (é sério). Pense que a própria CD Projekt Red já veio a público pedir desculpas, e prometendo novos patches.
Torcendo pra que eles arrumem isso, pois ninguém tem grana pra gastar em um jogo que ainda não está terminado.
Talvez essa seja a análise que mais fiquei constrangido em escrever. Espero que esse meu texto seja datado, e que quando você ler isso, o jogo já tenha melhorado!
De longe Cyberpunk 2077 me ensinou que mesmo tendo o talento do grande Keanu Reeves, o Hype é mais próximo da decepção do que da felicidade.

(Tive que vir aqui e dizer que depois ter escrito a analise, o jogo corrompeu alguns arquivos de configuração dentro dele, portas que bugadas, 3 personagens existindo no mesmo lugar, e o apagão sem sentido. ta difícil defender esse game.)

Nota: 2

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Ricardo Chagas
Ricardo Chagas
Fã de metal extremo à Alcione, nerd dos anos 90', ilustrador como profissão e cantor como hobby para atormentar os vizinhos. Considera Kratos como o maior personagem de todos os tempos.

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