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Crítica – Transformers: O Último Cavaleiro

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No ano de 2007 foi lançado o primeiro filme dos Transformers. Hoje, uma década mais tarde, a franquia lança seu quinto episódio – Transformers: O Último Cavaleiro. Aqui, o termo “episódio” é altamente cabível pelo fato de que em dez anos de franquia, todos os filmes parecem seguir a exata mesma fórmula, assim como a animação homônima dos anos 80, a franquia cinematográfica possui um roteiro repetido em todos os episódios da saga:

Novamente, o filme reconta um evento mitológico ou histórico e o adapta de uma maneira que coloque os Transformers como o centro de tudo. Em seguida, após poucos minutos utilizados para reintroduzir o espectador na vida dos personagens, ocorre algum incidente caótico que resulta na corrida por algum item poderoso em alguma esquina do mundo e que tem o clímax durante o combate final.

Os Decepticons voltam a aparecer, cada vez mais beirando uma irritação maçante do que uma ameaça em si. Afinal, após cinco filmes, fica difícil levar a sério personagens que repetem o exato mesmo plano falho desde o princípio: os subordinados de Megatron falham, ele dá um repetido sermão neles para em seguida, ele mesmo falhar. Dentre todos os Decepticons, talvez quem mais sofra com isso seja o Megatron, suposto vilão principal da franquia, que com exceção de sua aparência, não parece ter evoluído nada desde o começo da franquia.

Assim como nos quatro filmes anteriores, Michael Bay (Bad Boys, Pearl Harbor) é o diretor do longa. Como de costume, combates brutos e explosões ocorrem freneticamente durante a trama inteira, que possui uma história mínima que é contada aos poucos nos espaços entre as inúmeras batalhas. Essas que são recheadas de cenas com movimentos destrutivos em câmera lentas. Porém, esse recurso já foi utilizado tantas vezes ao longo da franquia que já beiram o obsoleto. Fato que fica visível até mesmo no longa, que vislumbra em alguns momentos a superação da câmera lenta através do dualismo: enquanto algumas coisas se movimentam rapidamente, outras parecem estar em câmera lenta e ambas são mostradas ao mesmo tempo na tela. Todavia, as repetitivas câmeras lentas prevalecem junto ao do que parece ser uma espécie de “Dubstep” no áudio. Por outro lado, uma coisa que Michael Bay prometeu para o filme foi que o mesmo seria gravado de uma forma totalmente diferente, pelo fato dele utilizar para as gravações as câmeras IMAX, que nenhum filme antes tinha usado, por seu alto custo, que realmente traz um ar de inovação, com a imagem que em cada cena possibilita uma imersão do público dentro do filme. A diferença do filme gravado com as câmeras IMAX de um filme gravado com as câmeras convencionais é que as IMAX já gravam em 3D, já a câmera convencional, é necessária realizar a conversão para o 3D isso acaba perdendo a qualidade do filme.

A trilha sonora tenta se adequar a cada momento do filme, na intenção de ajudar a narrar e descrever a emoção de cada cena. No entanto, os contínuos barulhos anárquicos se misturam à trilha e a tornam subaproveitada. Em vários momentos é difícil distinguir a trilha do resto, são nas partes mais tranquilas ou emocionais que ela se destaca e é possível perceber seu potencial desperdiçado.

Por mais que o quinto longa sofra com o desgaste da repetida fórmula de Transformers, ele possui também alguns aspectos positivos em relação aos seus antecessores: o humor do filme não está tão fora de hora como nos anteriores. Cade Yeager (Mark Hahlberg) se firma como uma protagonista melhor que Sam Witwicky (Shia Labeouf), protagonista dos três primeiros filmes, com um drama mais crível e um timing mais assertivo. Além disso, Optimus Prime (Pete Cullen) é novamente o maior destaque dos Autobots. Mesmo o personagem sendo sábio e experiente desde o primeiro filme, Optimus sempre aparenta aprender e evoluir, diferente de seu inimigo Megatron. Prime também apresenta uma movimentação menos bruta que os outros de sua espécie, o que adiciona um contraste interessante ao levar em conta sua pesada constituição física. Ademais, em um filme como Transformers, onde tudo é rude e tosco, uma movimentação sutil adiciona um contraste interessante ao filme.

Igualmente como nos filmes anteriores, Transformers: O Último Cavaleiro adiciona novos rostos ao elenco, independente dos personagens funcionarem bem ou não, todos são relevantes para o desenvolver da trama. A exceção é Izabella (Isabela Moner), uma criança que aparece desnecessariamente em tela como um intuito de forçar uma relação afetiva semelhante às vistas em Logan, The Last Of Us, entre outros.

Transformers tenta trazer ao público uma forma diferente de pensar, a partir do momento que começa a explicar o motivo de o porquê os Transformers vêm a terra, e isso fica muito defasado, por não explicar o motivo, deixando meio vago e confuso para quem só assistiu os filmes, é necessário ser um fã de todas as series da franquia para começar a ter ideias dos motivos.

De certa forma que o diretor confirmou que esse seria o último filme que ele iria dirigir, Transformers deixa a desejar, pelo motivo de ser em diversos momentos maçante por ter basicamente a mesma base de história dos outros Transformers que o leva a pensar de o porquê esse filme não saiu antes dos outros da franquia, mostrando que era necessário que tudo aquilo acontecesse para que esse filme seja necessário.

Por fim, Transformers: O Último Cavaleiro entrega algo próximo ao que já havia sido visto na franquia anteriormente. Entretanto, a desfasada fórmula e a falta de atualizações ao longo dos anos parecem sobrecarregar o longa. Portanto, mesmo que o longa agrade parte do público, logo essa estrutura repetitiva deve deixar de funcionar. Ainda assim, o próprio filme brevemente vislumbra com o que pode ser a atualização e nova face da franquia.

Nota: 6,5

No Brasil, Transformers: O Último Cavaleiro estreia dia 20 de Julho.

Críticos: Felipe Hammerschmidt & Julio künzle

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