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Crítica – Horizonte Profundo: Desastre no Golfo

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Quando se trata de adaptar acontecimentos reais, sobretudo tragédias, para o cinema o resultado pode ser bastante controverso. O excesso de dramatização para tornar a história mais atrativa ou mesmo o risco de um roteiro tendencioso pairam sobre esse tipo de produção.

Em Horizonte Profundo, nos deparamos com alguns desses problemas, mas vamos cita-los posteriormente. Dirigido por Peter Berg, o longa conta com boas e impressionantes tomadas submarinas, cujo efeito é amplificado por uma sonoplastia dramática e tão real a ponto de parecer angustiante. A fotografia não é impecável, mas consegue ser suficiente para o filme.

Os protagonistas contam com Mark Wahlberg (Transfomers), Kate Hudson (Como perder um homem em dez dias) e Dylan O’Brien (Maze Runner). Apesar de representarem pessoas comuns colocadas em risco por um desastre ambiental, as atuações (principalmente de Wahlberg) são medianas e pouco profundas, com perdão do trocadilho. O roteiro, que já não dispunha do elemento surpresa, prolonga-se demais contando as origens dos personagens e, ainda assim, não consegue cativar o expectador. A vida cotidiana dos protagonistas não tem conexão alguma com nada que virá a seguir no decorrer do filme, parecendo enfadonha e desnecessária.

Outro ponto a ressaltar é o tempo de cena utilizado para diálogos duvidosos e termos técnicos que acabam se tornando excessivos e tendo um papel irrelevante para evitar as falhas que levaram ao acidente narrado nos primeiros segundos do filme. Quando as coisas começam a dar errado, o único ponto pacífico é que a culpa é exclusivamente do personagem de John Malkovich (em sua atuação já bem revisitada de um homem pouco amigável e com a sanidade frágil). Ou seja, mesmo com tamanho conhecimento técnico, nada foi feito para impedir a tragédia e os funcionários da Deepwater Horizon parecem tão perdidos quanto quem os assiste.

Por fim, quando finalmente a ação começa, tudo se torna ainda mais confuso, e o problema se inverte: os acontecimentos ganham um tom sentimentalista e pouco esclarecido, com os atores cobertos de óleo, ficando difícil identificar qualquer um em cena a não ser Wahlberg.

O longa peca também por focar apenas nas perdas humanas e prejuízos financeiros que a tragédia no Golfo do México causou. A não ser por um pobre pelicano coberto de óleo, nenhum impacto da ação predatória do homem sobre o oceano é mencionado.

Horizonte Profundo não é um filme dramático que lhe trará grandes reflexões sobre a vida, talvez não emocione, mas não é uma má pedida, apenas mantém a boa e velha fórmula do clichê americano do herói e deve acabar passando despercebido. O que é uma pena, já que a temática das plataformas de petróleo é ousada e poucos se atrevem a levantar.

Horizonte Profundo chega aos cinemas em 10 de Novembro.

Nota: 6

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