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Crítica – Monster Hunter é uma grata surpresa

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Filmes baseados em jogos são um enorme desafio, principalmente para manter a mitologia de sua história base e transportá-la para o mundo da tela grande. E mais uma vez temos que confiar em Paul W. S. Anderson para um jogo da Capcom para os cinemas, dessa vez com Monster Hunter.

Todo mundo sabe que a franquia Resident Evil não foi bem aceita pelos fãs e nem pelas críticas, mesmo que seja um universo completamente diferente, o diretor não soube trazer para os cinemas a essência de Resident Evil e a franquia se desligou completamente de sua inspiração. Dessa vez, Paul W. S. Anderson traz outra famosa franquia da Capcom e muitos estranharam a possibilidade de pensarem em um filme como Monster Hunter, já que o próprio protagonista da franquia não fala ou não tem um nome. Dito isto, talvez essa seja a melhor franquia para o diretor trabalhar, pois Monster Hunter se baseia essencialmente em ações e caçadas e em pouca construção de personagem. Confira a sinopse do filme abaixo:

“Baseado no jogo da Capcom chamado Monster Hunter, a tenente Artemis e seus soldados são transportados para um novo mundo. Lá, eles se envolvem em batalhas imponentes, buscando desesperadamente a sobrevivência contra bestas gigantes portadoras de habilidades surreais.”

Como a sinopse aponta, um grupo de soldados são transportados para um mundo hostil cheio de monstros ancestrais territoriais e nessa equipe de soldados comandada pela General Artemis (Milla Jovovich) sofre ataques de um monstro impiedoso que ataca tudo aquilo que adentra em seu território. A personagem sofre bastante com o mundo e precisa aprender a sobreviver em meio ao caos. A história do filme Monster Hunter não é muito bem elaborada, eles apresentam os personagens em uma situação e faz com que eles lidem com aquilo da maneira menos complexa possível, mas que funciona bastante, pois o importante é sempre o embate com o monstro. O roteiro é o que menos interessa em um filme de pura ação e efeitos especiais. As batalhas pela sobrevivência são excelentes, os monstros estão iguais aos jogos, porém numa escala muito maior. Diablos e Rathalos são sem sombra de dúvida as melhores partes do filme e apresenta o mesmo sentimento de terror dos jogos, mesmo que sua forma de caçar seja nova e completamente diferente, esse é o tipo de liberdade que o filme soube lidar.

Milla Jovovich interpreta uma general que tenta de tudo voltar ao seu mundo e encontra “Hunter” interpretado por Tony Jaa. A luta entre os dois é o ponto mais negativo do filme, pois ela é toda picotada e não dá para entender realmente quem atacou quem e é triste isso, pois mesmo com todas as críticas aos filmes de Resident Evil, umas das coisas que não faltavam era uma ação bem mais elaborada nos combates e em Monster Hunter o diretor deu um passo para atrás. Mesmo assim, o saldo ainda é positivo para um blockbuster, pois o filme é uma junção de comédia, terror, ação e o mínimo de drama, o famoso filme pipoca gostoso de assistir simplesmente pelo entretenimento que ele propõe.

Milla Jovovich se encaixa no papel de maneira satisfatória e compartilha com Tony Jaa o protagonismo do filme, ambos com estilos diferentes se tornam a dupla perfeita para caçar monstros e trazer alguns sorrisos para o público e o elenco também conta com Ron Perlman, como uma espécie de líder que nos explica um pouco sobre a trama e se encontra irreconhecível. Também se encontra no elenco a atriz brasileira Nanda Costa que aparece pouco e esperamos que tenha uma participação maior numa futura sequência. Falando em sequência o filme deixa em aberto uma possível sequência, mas isso atrapalha o filme, pois ela deixa uma porta extremamente aberta para essa sequência, finalizando em um dos momentos de maior empolgação.

O filme também conta com vários easter eggs do jogo, muitas referências e uma aparição mais que especial, que deixarão os fãs em frenesi. Para aqueles que amam o universo do jogo vão ficar satisfeitos com o ambiente criado mesmo que não se aprofunde nas mitologias do jogo. Era a preocupação de muitos que os personagens usassem armamentos bélicos para enfrentar os monstros, porém isso logo é deixado de lado e se percebe que o armamento terreno pouco é eficaz no mundo dos monstros.

Conclusão

Monster Hunter pode não ser uma adaptação fiel a franquia da Capcom, mas ele certamente apresenta esse mundo para o cinema de maneira empolgante, apresenta alguns de seus monstros mais famosos e adiciona alguns para trazer elementos de mais terror. É um filme de ação do começo ao fim com batalhas épicas contra monstros ancestrais da franquia. A sensação que tive ao sair do cinema era que eu precisava revisitar esse mundo no meu console e sair à caça.

Nota: 4/5

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