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Crítica | Star Wars VIII: Os Últimos Jedi

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Um dos filmes mais esperado do ano chega para fazer a sua estréia em dezembro, Star Wars VIII: Os Últimos Jedi é a continuação direta de O Despertar da Força.

Confira a sinopse:

Após encontrar o mítico e recluso Luke Skywalker (Mark Hammil) em uma ilha isolada, a jovem Rey (Daisy Ridley) busca entender o balanço da Força a partir dos ensinamentos do mestre jedi. Paralelamente, o Primeiro Império de Kylo Ren (Adam Driver) se reorganiza para enfrentar a Aliança Rebelde.

A direção dessa vez fica por conta de Rian Johnson que traz uma modernidade a franquia com novos conceitos de força que não muda em sua essência, mas adiciona informações para entendermos ainda mais esse grande mistério. Além de grandes batalhas espaciais e estratégias um pouco duvidosas.

Se você assim como eu esperava que Os Últimos Jedi fosse o espelho de O Império Contra-Ataca, você está desembarcando em um território muito, muito distante do que você imaginava. A nova parcela da franquia coloca o espectador num mar de conceitos sobre o bem e o mal, conceitos esses que são quebrados a todo o momento, fazendo com que tudo aquilo que foi estabelecido se torne pó. É reviravolta atrás de reviravolta, com momentos muito bons e às vezes ruins por se arrastar demais. O filme se parece com uma retrospectiva, onde começamos com elementos de O Retorno de Jedi e terminamos com Uma Nova Esperança.

Luke (Mark Hammil) se torna um jedi amargurado após ter se tornado mentor e ver tudo desmoronar. Rey (Daisy Ridley) como mostrado no outro filme vai no seu encontro e descobre que tudo aquilo que ela pensou, pode não ser o que parece. Ela decide por si mesma achar uma forma de liberar aquilo que fica preso dentro dela, até que Luke finalmente decide o que vai fazer com toda essa amargura.

O filme vive em quase todo momento em um tom escuro, com Kylo Ren (Adam Driver) e toda a sua raiva sendo canalizada contra os rebeldes e a antiga república. Ele busca ajuda do Supremo Líder Snoke e recebe todo o ódio e desprezo que merece, por perder a luta para uma mulher que nunca havia lutado com um sabre de luz. Apesar do filme dar os holofotes para personagens secundários ele não esquece em nenhum momento que o filme é sobre Rey e Kylo Ren, que nasceram no meio disso tudo e tentam se encaixar. Se O Despertar da Força foi sobre Rey e seu descobrimento da Força, Os Últimos Jedi é sobre Kylo Ren e a sua busca por redenção, não necessariamente de redenção ao lado do bem, conceito esse que é quebrado a todo momento no filme. Não existem lados, existem pessoas que nasceram nisso, tendo uma guerra para lutar e sendo jogado a escolhas que estavam fora do seu alcance.

Star Wars: Os Últimos Jedi nos leva a uma jornada espinhosa, cheia de ódio, loucura e redenção, ele foi por um caminho onde nenhum outro filme da franquia foi capaz de ir. Mas ele respeita muito seus antigos personagens, tanto que em seus momentos mais heroicos, Luke e Leia roubam a cena diversas vezes, onde eles podem mostrar todo o seu potencial como Leia (Carrie Fisher) se mostrando uma grande general e um dos principais pilares da família Skywalker, onde ela pode mostrar o poder de sua linhagem, ela definitivamente é o membro mais forte da família Skywalker, aqueles que nunca souberam lidar com suas perdas. E Luke mostrando o que é ser um verdadeiro mestre Jedi e o símbolo de esperança.

Se o filme é algo bastante filosófico sobre o bem e o mal, o humor é necessário para quebrar toda essa tensão entre os personagens.

A maior decepção do filme fica por conta do grande vilão, o Supremo Líder Snoke vivido pela interpretação sob captura de movimentos do ator Andy Serkis. Ele faz uma grande interpretação, como seus movimentos e formas de andar, se mostra como ator ter vários truques na manga. Mesmo seu personagem sendo poderoso por seu grande conhecimento sobre a força, ele se torna inútil e despreparado numa situação bastante óbvia. Na verdade, é difícil dizer se ele realmente é o principal vilão do filme, devido ao fato do diretor colocar o espectador nas duas vertentes de pensamento. Benicio Del Toro também está no elenco, mas sinceramente não faz a mínima diferença, tanto que às vezes esquecemos que ele existe. Outros personagens secundários que pareciam que finalmente fariam sua grande aparição, são descartados de formas esdruxulas e sem motivos.

Se o filme foi feito para esquecer a tal jornada do herói e transformar em pó todo aquilo que pensamos sobre o bem e o mal, os efeitos visuais são uma adição ainda mais saborosa para a imersão nessas questões. As cenas de guerras espaciais estão de tirar o fôlego, com uma câmera que viaja em todo esse caos galáctico, onde em certos momentos embarcamos com a resistência em sua luta contra a Primeira Ordem, onde voamos em volta das Star Destroyer e presenciamos mais uma vez, as clássicas batalhas entre as X-Wing e os Caças da Primeira Ordem. Os efeitos do espaço transformam essa guerra em algo parecido como uma grande obra de arte.

Os novos mundos abordados na franquia também são bastante interessantes, mostrando a diversidade na galáxia e suas criaturas. Se não podemos mais voltar à Tattooine e sua cantina, entramos dessa vez em um local da alta classe, que mais se parece com Las Vegas. Visitamos também o planeta onde Luke se encontra e descobrimos que há mais vida do que o esperado, além de claro as criaturas fofíssimas chamadas de porg, que nos levam a momentos divertidos e engraçados.

O pesa dessa história criada em Os Últimos Jedi faz com que o futuro da franquia se torna uma incógnita bastante animadora. Se sabíamos o que aconteceria na última trilogia, desta vez estamos em um campo aberto deixado por Rian Johnson que mexeu com toda a estrutura de forma válida e inovadora, fazendo com que esse futuro se torne aberto para novas jornadas, que são deixadas em aberto no fim.

O roteiro do filme é extenso e arrastado em certas situações e em alguns momentos resolvem coisas complexas com um simples corte de cena. Um exemplo disso é o retorno de uma nave da resistência, onde não sabíamos onde estava e nem sabemos como aquele pessoal chegou lá, coisa que poderia ter sido resolvida com um simples embarque ou algo do tipo, mas os ânimos estavam tão exaltados para chegarmos aos momentos finais, que muitas coisas assim aconteceram. A experiência e as emoções que o filme traz, são suficientes para deixar essas falhas menos expostas.

 

Conclusão

Star Wars VIII: Os Últimos Jedi é o filme mais corajoso de toda franquia, onde o conceito de bem e mal é quebrado de forma genial e faz com que o espectador deixe de pensar que só existe preto no branco. Há um lado cinza nisso tudo a ser explorado e o diretor soube muito bem como falar sobre esse tipo de assunto. Bem e mal é questão de perspectiva.

As atuações são convincentes entre os personagens e por incrível que pareça, Adam Driver se destaca de todas elas. Sua jornada começa como um garoto mimado para uma pequena fagulha de Vader e podemos ver isso em seu semblante sem medo e com ódio sobre tudo. Os efeitos especiais e sua fotografia obscura causam criam momentos épicos sem personagens em cena. O humor é algo constante e na medida certa. Definitivamente é um filme maior do que parece ser. Ele fica entre meus preferidos do ano.

 

Nota: 9

Star Wars: Os Últimos Jedi chega aos cinemas em 14 de Dezembro.

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