O esperado longa de Christopher Nolan que foi envolto de mistérios chega no dia 29 de Outubro em todo o Brasil. De fato, é complicado falar para as pessoas irem ao cinema diante do cenário de pandemia, mas se você se sentir seguro, procure assistir Tenet em um cinema IMAX.
Tenet é sobre um agente interpretado por John David Washington que depois de uma missão que não acaba bem é recrutado por uma agência secreta, que embarca em uma missão perigosa que lida com viagem no tempo para tentar prevenir a terceira guerra mundial. Junto com eles temos o agente Neil que é interpretado por Robert Pattinson e Ives que é interpretado por Aaron Taylor-Johnson.
As experiências que Christopher Nolan traz em seus filmes são sempre imersivas e alucinantes, e Tenet é um dos melhores casos de Nolan em toda a questão técnica e do seu talento para lidar com coisas grandiosas em uma cena. Impossível não ficar impressionado com toda a tensão criada pela viagem no tempo que é abordado de uma forma completamente diferente daquilo que vemos hoje em dia e isso é um trunfo gigante para Nolan que apresenta um novo conceito e trabalha intensamente para apresentar aquilo sem dizer muito sobre, porém as vezes muitas coisas desnecessárias são feitas somente para mostrar essa tal grandiosidade.
Imersão nas cenas de ação é o ponto chave do filme no qual o diretor nos coloca em terceira pessoa em muitas das cenas caóticas de “viagem no tempo” e efeitos práticos quase como religiosos para Nolan que utiliza sua grife para destruir e reconstruir praticamente tudo do set de uma maneira inovadora. O trunfo aqui fica por conta da trama que envolve uma tecnologia de inversão e vemos coisas indo e voltando ao mesmo tempo e se cria uma ligação conspiratória com tudo aquilo que vemos em cena.
Tenet é a caracterização daquilo que Nolan tem de melhor e pior. Se por um lado temos cenas impressionantes de ação e viagem no tempo, por outro lado temos um roteiro sem sentimentos e com explicações vinda de todos os lados e ainda assim fica confuso. A edição também tem um problema de transições que faz parecer que algumas cenas foram colocadas para simplesmente explicar alguns pontos e não parece ter ligação nenhuma com a cena seguinte, perdendo completamente o passo a passo. Além disso a história não é empolgante e depende demais dos efeitos especiais para se esquecer um pouco da trama que é rasa.
O coração do filme fica por conta das atuações de John David Douglas que traz uma inspiração dos filmes do James Bond, sendo o agente charmoso e mortal que usa de todas as suas artimanhas para conseguir aquilo que quer. Outro grande destaque fica por conta de Robert Pattinson que entrega um personagem cheio de camadas e a grande incógnita da trama do filme.
Vai ser preciso assistir mais de uma vez pra se entender Tenet, se é que algo passa tão despercebido assim na primeira experiência, mas talvez seja necessário para pegar alguns detalhes despercebidos, mas com o avanço da pandemia essa opção pode ficar de lado e o que vai deixar o filme em destaque maior serão as mídias físicas que serão lançadas e as plataformas digitais. Ou seja, talvez Tenet melhore com o tempo e com a condição de cada espectador que irá assistir. Sem sombras de dúvidas é um filme para se ver no cinema de maior tela da sua região e tanto a parte visual quanto a trilha sonora nos coloca em um ambiente hostil.
Tenet é a megalomania de Christopher Nolan em um dos seus níveis mais altos visto até agora e definitivamente é um filme de ação de primeiro nível e cheio de enigmas. É de se encher os olhos visto em um cinema IMAX e uma experiência recompensadora em suas cenas de ação. Porém apresenta um roteiro vazio, que depende muito do elenco para trazer um pouco de coração ao filme, ele ainda conta com explicações desnecessárias e quando realmente se precisa de alguma informação ele falha. A edição final não conseguiu encaixar as transições de forma satisfatória e fica a sensação de um filme picotado de maneira estranha.
Tenet chega aos cinemas em 28 de outubro em todo território brasileiro.
Nota: 3/5