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Review – Call of the Sea (Steam): Desbrave os segredos desta ilha sobrenatural

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Antes de começar a falar sobre Call of the Sea, já vou adiantar o que muitos devem estar preocupados em saber; e a resposta é “sim”! O jogo tem legenda e textos em PT-BR. 😀 Para aqueles que não são muito familiarizados com o inglês ou outros idiomas, eu ‘acho’ que isso seja um fator importante. (Bem, eu joguei em inglês, por isso as imagens estarão em inglês – perdão).

Call of the Sea é o título de estréia da Out of the Blue. Situado na década de 1930, é um jogo de quebra-cabeça de aventura em primeira pessoa que conta a história de Norah, uma mulher no rastro da expedição do marido desaparecido. A busca acontece em uma ilha estranha, porém bonita, no Pacífico Sul, cheia de segredos esperando para serem desenterrados. É um conto sobrenatural de mistério, aventura e autodescoberta.

Tudo começa com um sonho perturbador, no fundo do mar. Você estará no controle de Norah Everhart, uma jovem moça que sofre de uma doença hereditária e desconhecida. A mesma doença que causou a morte de sua mãe, quem lhe deixou uma caixinha de música como herança. Curiosamente também, seus pesadelos malucos tiveram início desde então.

Sabendo ser uma doença fatal, Harry Everhart, marido de Norah, faz uma expedição à essa ilha no Pacífico Sul com a promessa de encontrar a cura dessa doença. Porém, num dado momento, Norah para de receber as cartas de seu marido e fica preocupada com o que possa ter acontecido com ele naquele lugar. Então ela mesma empacota suas coisas em embarca para a mesma ilha, a fim de encontrar seu marido “desaparecido”.

Mas o que Norah pouco espera é que essa ilha está repleta de mistérios e enigmas, todos criados por uma civilização muito antiga. Ao longo dessa jornada, Everhart encontrará pistas sobre o progresso da expedição e o que foi acontecendo entre os integrantes, tal como algumas revelações a respeito de sua doença. Mortes, alucinações, e mecanismos criados para manter invasores afastados lhe aguardam nessa ilha “amaldiçoada”. E apesar da apresentação de suspense, não se alarde. Call of the Sea é um jogo puramente de enigmas e quebra-cabeças. Então você estará sozinho durante todo esse desenrolar de história… ou talvez nem tanto assim?

Call of the Sea tem uma jogabilidade simples. Novamente, por se tratar de um jogo de investigação e quebra-cabeças, não há muito que se precise fazer além de poder andar e interagir com objetos. Assim, os comandos se resumem à movimentação e interação. Também é possível correr – mas pela história você aprende que Norah costumava usar bengala, logo ela não anda nem corre muito rápido.

Você deverá investigar o mapa em busca de pistas e dicas, interagindo com objetos e analisando-os numa visão 3D. Felizmente, você não precisa contar com um bloquinho de notas ou sua memória. Todas as pistas relevantes para os enigmas daquele capítulo, a própria Norah nos faz a bondade de anotar em seu diário. Com isso você pode ficar mais tranquilo que saberá que aquilo que não for anotado pode não ser a chave de algum mistério. Ainda assim, é importante ficar atento a todos os detalhes. E sem se precipitar, pois mesmo que não anotadas, algumas coisas podem ajudar a clarear a mente – ou até mesmo confundí-la. Além disso, as pistas que Norah anota preenchem as páginas do diário. Desse modo, caso fique algum “buraco” na página, é certo que há ainda alguma dica a ser encontrada.

Agora, o ponto interessante dessa investigação, é que esses enigmas foram criados para manter invasores longe. Então pense como nas pirâmides que vemos em filmes e jogos, que por vezes aquilo que está na sua cara não é a verdadeira solução. Com o tempo, você vai pegando o jeito do jogo e alguns quebra-cabeças vão se tornando mais óbvios – basta encontrar as pistas certas.

O jogo também oferece algumas conquistas para os mais árduos. Na versão da Steam, por exemplo, há um total de 34 conquistas, dentre elas quase metade são secretas (e não duvido nada que uma delas seja terminar o jogo sem pegar pistas). Explorando com calma, não é difícil terminar o jogo com 100% de conclusão logo na primeira run. Mas para caso você tenha perdido algo em alguma fase, saiba que eu terminar o jogo é liberada a opção de escolha de capítulos (Chapter Select). Nela você pode revisitar qualquer capítulo do jogo para investigar algo que tenha passado despercebido: algum gravura na parede, pistas no diário, ou até mesmo objetos secretos. Felizmente, nesse menu também é exibido qual a porcentagem concluída, quantidade de gravuras encontradas e de objetos. Assim fica bem mais fácil saber se precisa rever a fase ou não.

Call of the Sea impressiona muito no quesito visual e imersivo. A arte visual do jogo é muito bem elaborada, com um lindo trabalho de iluminação e cores. Embora os modelos não sejam do tipo “top de linha”, ainda se vê muito capricho quando setados na melhor qualidade. Por se tratar de uma paisagem principalmente constituída por pedras, montanhas, e monumentos, os gráficos ficam mais à mercê da qualidade de texturas do que da modelagem 3D em si, tendo em vista também que alguns pássaros que aparecem são modelos mais simplificados. As vistas e ambientação são impressionantes! O primeiro capítulo já lhe recebe com uma paisagem colorida, viva, e um aspecto quase cartunesco.

De mãos dadas aos efeitos sonoros, gráfico e áudio conseguem criar uma imersão fortíssima nessa ilha misteriosa. Call of the Sea não faz muito uso de músicas, exceto em alguns momentos propícios. O jogo aposta suas fichas nos efeitos sonoros (e também na história); e posso dizer que foram bem apostadas. Durante o sonho subaquático, por exemplo, o som da água se movendo ao seu redor enquanto se está submerso é praticamente um “ASMR” se estiver de fones de ouvido. De verdade, a imersão que os sons de ambiente proporcionam sobrepõem qualquer música de fundo que Call of the Sea poderia ter.

Infelizmente Call of the Sea não é um jogo muito longo. Foram 8 horas de jogatina para concluir a história. Provavelmente renda mais algumas horas se quiser concluí-lo 100% e pegar todas as conquistas. Apesar de curto, a história é bastante imersiva e o plot twist também completamente inesperado.

Se você é do tipo que não depende de ação para se entreter com um jogo, Call of the Sea terá sua atenção constante até que o termine. “Será que vou encontrar meu marido? Como se resolve este enigma? Onde estão mais pistas? O que aconteceu com a tripulação? Eu vou encontrar a cura da minha doença? E quem são essa civilização e por que construíram tudo isso nessa ilha?” Estas são perguntas que você compartilhará com Norah, e a vontade de desvendá-las o levará até o fim.

Sendo este o primeiro título da Out of the Blue, eles mostraram um enorme potencial e claramente poderão trazer títulos ainda melhores no futuro.

Call of the Sea está disponível para Xbox One, Series X e Series S (via compra ou como parte do Game Pass), e para Steam.

Nota: 4/5

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