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Resenha | Exorcismo (Darkside Books)

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“…Ela questionou: Quanto tempo? Enquanto o menino gritava e fazia uma careta de dor, a mãe percebeu, para seu horror, que a pergunta o levava a sentir dor, fazendo com que outra resposta em sangue aparecesse..”

A DarkSide Books mais uma vez conquista os amantes do terror, com a história real por trás de um dos maiores fenômenos cinematográficos do Século XX. “Exorcismo”, do autor Thomas B. Allen.

O Inominável. O exorcismo sempre foi um ritual causador de espanto e fascínio, mesmo que de forma macabra. Thomas B. Allen, no entanto foi mais fundo nisso do que qualquer um possa ter ido, sem ter presenciado vivamente tal cena. O Alvoroço causado em 1973 com o filme “O Exorcista” não seria de um típico filme de terror mas, iria muito além. Após vinte anos depois de ter gritado “Exorcizo te!” um carta foi enviada e por meio de alguns contatos encontrou-se relatos autênticos sobre o caso em questão. Os detalhes irracionais e aterrorizantes ainda não acabariam por ali. O Diário original e uma cópia foram altamente selados e mantidos em segurança e em total segredo. Porém o mundo precisa saber mais, sendo assim o destino interveio para trazer luz a está historia obscura, com relatos nunca antes publicados.

Seis anos incansáveis como estudante dos jesuítas, acumulou conhecimento e curiosidade suficiente para Thomas encontrar o Padre Halloran em Minnesota, aonde ele era guia espiritual de uma igreja. Uma amizade iniciada no calor de boas risadas em 1949 rederam longas conversas sobre enfim o que mais interessava no momento. Os verdadeiros relatos sobre o exorcismo e quem poderia fornecer tal verdade.

O Estudo do Caso. Robbie, pseudônimo usado para se referir ao personagem principal, qual era de uma família que passava por dificuldades durante a grande Depressão. Seu pai era Karl Mannheim, em sua casa pobre do subúrbio moravam sua mãe Wagner. Prestes a fazer 14 anos Robbie um garoto franzino sem qualquer problema mental ou físico, tinha lá suas preferencias e isso incluía jogos de tabuleiros, diferente da maioria dos meninos de sua idade. Filho único, só restava a ele os adultos para brincar, como sua tia Harriet, irmã de seu pai. Uma mulher de mente aberta, cheia de ideias e conceitos nada ortodoxos, uma personalidade exótica.

Coisa de Criança. Tia Harriet, ensinou a colocar os dedos de leve sobre o planchette, uma plataforma que se movia sobre os pequenos roletes através da superfície de madeira polida do tabuleiro Ouija. Um presente que traria muitas supressas inesperadas. Com seu modo espiritualista de falar, até a mãe de Robbie ouvia ela, mas Karl poderia ser considerado um cético. Ela insistia contando como os espíritos poderiam se comunicar com os vivos através de batidas, mas o meio mais eficaz seria através de uma sessão espirita. Todos ali tinham pleno conhecimento de todos os métodos e não era por menos tia Harriet não parava de falar.

Não foi um Adeus. Com a morte inesperada de um membro da família, a casa de madeira em Mount Rainier, Maylland, no subúrbio de Washington, começa a se tornar o cenário de um dos eventos mais diabólicos relatados de forma autentica. Algo poderoso de perniciosidade estava prestes a dominar a mente do pequeno Robbie e possivelmente sua doce alma.

Muitas pessoas antes e depois dos relatos bíblicos sobre o Rei Saul almejavam o poder de conversar com os que já foram desta vida. Aquela visita do Rei à bruxa apenas armou uma grande armadilha que tomaria a mente curiosa de muitos ao cobiçar tal transcendência da morte.

26 de janeiro. Onze dias já tinham se passado desde a morte na família iniciando estranhos fenômenos na casa. Aranhões, batidas eram apenas o inicio. Robbie passava horas sobre aquele tabuleiro e ele poderia brincar de falar com “os outros”, mesmo sem o tabuleiro. Feito que ele poderia creditar aos ensinamentos de sua amada tia. Os eventos começavam a se intensificar, a família começa a crer que está lidando com um caso de Poltergeist, a princípio. Uma sombra está sobre a casa e não apenas sobre ela.

Loucura. Tratamentos psiquiátricos da época eram talvez mais aterrorizantes que o próprio exorcismo, ou quem sabe esse também seria um, porém realizado pela então, medicina. O ceticismo, visitante permanente em muitos se tornava inapropriado, até mesmo para o padre orgulhoso e bem vivido, que carregaria consigo em sua mente cenas quais nenhuma maldade humana poderia se igualar. Com seu pequeno corpo marcado, objetos em seu quarto se movendo, todos acreditam que alguém quer se comunicar a através do garoto. Algo diferente estava prestes a se iniciar naquela pequena casa de madeira e os participantes do primeiro circulo seria habitado por psicólogos, pastores e amigos. Eventos que já seriam tratados com a devida seriedade dos fatos a cada cena descrita pelo jovem Robbie.

Não tem para onde Fugir. O mal que habita em Robbie e o persegue furiosamente trazendo a tona sobre aquele frágil corpo uma forma descomunal sedenta por caos e de voz gutural. Com gargalhadas malignas, o garoto cometia atos repulsivos, trazendo a todos aquela presença diabólica. As visitas dos padres começam então a se intensificar e a cada sessão aquela presença parece ficar mais forte. O jovem assustado em seus momentos de sanidade descrevia o que seria um demônio vermelho, pegajoso, impedindo ele de escapar de um imenso abismo rodeado de outros demônios ao seu redor. Tudo era tão quente.

Exorcismo-2016

O desenrolar dos fatos nos mantem em uma cena nefasta e angustiante, trazendo a mente preces de socorro sobre o garoto acometido por essa presença maligna. É magistralmente impróprio, deforme e inominável, deixando marcas para a toda a vida daqueles que presenciaram essa luta entre o bem e o mal, até o ultimo suspiro, qual nesta leitura você também fará parte. Assim, o autor trará sobre seus olhos os detalhes que foram negados a existência. A era medieval, a era da escuridão ainda pairava sobre o novo mundo.

Sobre a porta silenciosa se podem ouvir os gemidos agraciados de clamor do jovem Robbie e ao mesmo tempo de escuridão, e se o silencio permanecer, não responda a batida dela. Isso não é uma brincadeira.

Thomas B. Allen, conta não somente essa historia de dar calafrios apenas ao se mencionar, mas também outros casos de exorcismos como de freiras em um convento na França, nos séculos XVII e XX e até mesmo de sua própria trajetória como jornalista nessa busca. O livro é dividido em 14 partes, narradas de forma linear e progressiva e no final do livro, o autor compartilha de forma exclusiva páginas do diário do exorcista Raymon J. Bishop. Tal exorcismo foi bastante comentado à época e chamou a atenção de William Peter Blatty, que se inspirou nesse acontecimento para escrever seu livro de ficção, O Exorcista, publicado em 1971, e que se tornou filme em 1973. O livro mostrará detalhes que a produção cinematográfica tão aclamada não pode conceder se não apenas uma leitura. Não somente a diferença de gênero sobre o personagem principal, mas também a estrutura familiar que ele se encontrava. Assim, com uma capa texturizada junto o símbolo da cruz, a tábua de Ouija e uma belíssima diagramação o livro proporciona ao leitor não somente uma edição de luxo de um clássico tema do terror, mas também uma experiência profunda e imparcial em um dossiê detalhado que nada menos é que a própria verdadeira face do mal.

Autor: Thomas B. Allen
Título: Exorcismo
Páginas: 254
Edição: 1ª
Editora: Darkside Books
Ano: 2016

 

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