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Resenha – Os Próprios Deuses (Editora Aleph)

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“- É um erro supor que as pessoas querem o meio ambiente protegido ou suas vidas salvas, e que se sentirão gratas com qualquer idealista que se disponha a lutar por essas causas – disse o senador. – O que o povo deseja é seu próprio conforto.”

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A Editora Aleph nos apresenta “Os Próprios Deuses” um clássico vencedor dos prêmios Hugo e Nebulosa do autor Isaac Asimov.

Primeira Parte. Era só mais um dia comum de preocupações para Peter Lamont. Poderíamos até considerar este início de história um clichê mas, apesar de suas frustações recentes Lamont, não quer e não vai engolir o tal “pai dos Elétrons” tão fácil assim, ele quer além da verdade presente. Para entender tamanho ímpeto pela verdade, iniciemos a partir da grande descoberta. Trinta anos antes, Frederick Hallam era um radioquímico com a tinta ainda fresca em sua tese de doutorado e sem menor indícios de feitos a nível mundial. Porém sobre a prateleira empoeirada de Hallam estava um frasco de reagente – rotulado “metal de tungstênio”. Uma herança do passado, esquecido em seu próprio tempo. Na realidade, aquilo já não era mais Tungstênio quando Hallam o encontrou. Aquele dia então de 3 de outubro de 2070, Hallam se tornaria Pai de uma descoberta que mudaria o mundo e algo além. Um relato descrito por Denison e que Lamont o repetiria uma geração depois. Os relatos da história não incluía termos exatos de como Lamont inicialmente rejeitado por seu adversário, o físico Denison com sua então descoberta. Mal sabia ele que a sua frente estava uma fonte limpa e inesgotável de energia. Uma nova era se iniciava. Uma bomba de Elétrons.

Mas, Lamont com sua curiosidade impetuosa inicia uma pesquisa para relevar os verdadeiros fatos de trás dessa descoberta. Gravações, seminários e testemunhas emudecidas pelo tempo já não mais permaneceriam assim. A bomba de elétrons não é inofensiva e o mundo precisa ouvir e se eles não ouvirem outros mundos irão.

Segunda Parte.  A lua e seu mundo não tão inabitado. Assim conhecemos três seres e que na verdade são um para-homens, a dimensão que teria dado origem a tudo que envolve a Bomba de Elétrons. Odeen é o Racional da tríade, responsável pelo conhecimento. Tritt é o Paternal, sua principal função é cuidar dos bebês gerados pela tríade. E finalmente Dua que é a Emocional e sua principal função é ser a intermediadora do processo que eles chamam de “derreter”, método pelo qual a tríade gera os seus bebês. Em sua colônia extremamente evoluída parecia indiferente aos habitantes da terra. São seres sem forma. Pura energia. Dua, seria então o personagem qual colocaria uma ponte entre nossos mundos através da sua curiosidade.

Terceira Parte. Seres coexistentes. A muitos questionamentos sobre o efeito nocivo da bomba elétrons sobre o sol e nesse ponto já conhecemos praticamente toda a verdade sobre esse composto e suas verdadeiras origens. Tudo está por um fio. Nosso drama de habitua sobre o solo da lua, com as duas sociedades em declínio e sua coexistência forçada. Havia quase um ar de preconceito. Assim o leitor é levado além da fronteira de um trama de ficção científica e chegamos na terceira parte atando os nós que posteriormente possam ser deixamos na parte um e dois. O ápice desta obra vai além das páginas finais e seus resultados desastrosos ou gloriosos. Tudo caminha para uma busca desesperada para salvar o que é a única e verdadeira fonte de vida para ambos os mundos.

Podemos considerar esta obra prima do hard Sci- Fi, algo totalmente atemporal. Issac é feliz em suas atribuições até mesmo no terreno dramático que envolve os personagens principais e seus secundários. Um romance bem desenvolvido no campo cientifico e suas mais diversas ideias com contrastes que a primeira e a segunda partes soam como críticas aos polos ideológicos da época de Asimov: o capitalismo norte-americano e o comunismo soviético. Mostrando também o empate de ideias tanto quanto cultural. “Os Próprios Deuses” toma sentido ainda mais quando entendemos o quadro principal que Issac quer nos apresentar. O bom senso, sobrevivência da humanidade e suas capacidades além de seus próprios limites. Originalmente escrito em 1972, ele não é inédito, sendo já publicado com outros nomes. Nessa nossa tradução a editora apresenta além de uma encadernação e diagramação impecável algo mais fiel ao título original “The Gods Themselves” Uma Expressão que é parte de uma citação do escritor alemão Friedrich Schiller – “Contra a Estupides os próprios deuses lutam em vão” – Tal assim o título e as três partes que o livro se divide.

Tal obra é o sumo da genialidade de quem viveu além de seu tempo e deve ser apreciada com zelo e sem restrições de dosagens.

 

Autor: Issac Asimov

Título: Os Próprios Deuses.

Páginas: 367

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