sábado, 23, nov, 2024

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Resenha | Tropas Estelares (Editora Aleph)

“A árvore da Liberdade precisa ser regada de tempos em tempos com o sangue dos patriotas.”

 

Com Tropas Estelares originalmente publicado em 1959, a editora Aleph mais uma vez emplaca um sucesso. Do autor Robert Heinlein qual está entre os grandes gênios da ficção-cientifica, influenciando outros grandes autores como George R.R. Martin e Neil Gaiman.

 

Em um mundo Distópico, absorvido por uma falsa impressão de utopia. As nações não existem mais – ao menos em sua representatividade geopolítica. Em uma visão futurística repleta de ânsia de poder e expansão eles encontram o planeta Klendathu habitado por uma raça alienígena com formato insetóide.  Aracnídeos gigantescos que se mostram inteligentes, organizados e perigosos. Assim começou a guerra. Inesperadamente, os insetos, com o auxílio de uma segunda raça alienígena, dessa vez humanoides, descobrem a localização da Terra, e fulminam Buenos Aires.

O Jovem Juan Rico. Necessariamente no momento em que o mundo está Rico não precisa de nada, mas após os últimos acontecimentos ele toma algumas decisões improváveis para alguém da classe social dele. Um garoto abastado no ultimo ano do colégio, pensando em se alistar, ser voluntario. Ninguém é obrigado, mas apenas tem direitos sociais, como votar, quem se alistar no serviço da Federação Terrana, uma aliança interplanetária da Terra e suas colônias. Afinal, ser um soldado.

Porém de verdade isso, nunca foi seu plano inicial, eram apenas devaneios de um rapaz de dezoito anos. Se não fosse seu melhor amigo Carl, levar tudo isso muito a sério.

Pré-exército é igual à sala de aula. Pois bem, ser um soldado requer conhecimento e força e os treinamentos no acampamento Militar Arthur Currie não eram nada fáceis. Duro e cruel seria uma definição bem mais que apropriada.

Foi como um piscar de olhos e agora Rico ele era subcomandante do grupo de combate. Infantaria móvel, ele nem imaginava que acabaria ali. Bem que seu pai disse que se tornar um soldado seria uma grande burrice.

Medo. Barriga, testa, canelas, tudo tremia mais do nunca. Em uma queda livre, sem som, somente escuridão, assim Rico foi lançado ao chão, mas sua armadura estava ali para tentar proteger ele do que seria um gigantesco aracnídeo bizarro e letal. Não existe tempo para o tempo, à sobrevivência da humanidade depende de cada suspiro. Do rádio-farol se ouvia: ”… para a eterna gloria da infantaria, brilha o nome, brilha o nome de Rodger Young”.

Indagações sobre moral, ética ou mesmo sua própria existência parecem um tanto clichê quando se está em planeta hostil diante de um corredor de insetos gigantes. Um dia apenas um jovem, noutro nada menos que uma maquina letal de matar, mas viver é ainda melhor que ter medalhas em sua parede.

“Ele os regerá com cetro  de ferro” Apocalipse 11:27. A operação Realeza. Sangue luta desespero, grunhidos e gritos.  Um show de horrores, técnicas militares e armamentos pesados futurísticos, amigos para toda a vida e uma única certeza. Mas, não era ali que terminaria essa guerra e Rico estava disposto a tornar isso seu verdadeiro lar. “Para a eterna gloria da infantaria…”.

Em um sistema totalmente totalitário, esse universo criado pelo autor Robert Heinlein trás uma profunda reflexão politica em poucas linhas, sem deixar-se de aprofundar em cada personagem secundário que envolve essa narrativa rápida em primeira pessoa, trazendo o auge do militarismo e ideologias sobre sociedade e justiça entrelaçados com a existência ou no caso sobrevivência da espécie humana.  Com essa nova edição de relançamento, o livro finaliza com nada menos que uma entrevista feita com Ugo Bellagamba e Éric Picholle, dois biógrafos do autor Robert A. Heinlein, em que podemos conhecer um pouco mais da importância do autor para o gênero da ficção cientifica. Diferente do saudoso filme trash da década de 90, o livro trás os relatos antes da ação frenética e sanguinária em planetas distantes, aonde o jovem Rico tem um árduo treinamento transformando-se no final fisicamente e psicologicamente. Entre viagens interplanetárias, amigos, romance, novos ideais e máquinas futurísticas em ação, o livro trás uma qualidade descritiva que cativa o leitor do inicio ao fim.

Tropas-Estelares-Rober-Heinlein
Tradução: Carlos Angelo
Ano de Lançamento: 2015
Número de Páginas: 364
Editora: Aleph

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Guilherme
Guilhermehttp://geeksaw.com.br/
Primeiro Batman antes de Bruce Wayne. Extrovertido e sem graça. Uma mistura de piadas ruins e clichês, e um senso de humor gigante para rir delas. Editor chefe do GeekSaw. Apaixonado pela "Bigscreen" e por tudo que é novidade.

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