A AMC ainda não anunciou a data de estréia do spin-off de The Walking Dead (além de “no verão de 2015”), mas nós temos uma coisa melhor: uma entrevista diretamente do chefe da série!
Pela primeira vez, o showrunner de Fear The Walking Dead, Dave Erickson, falou sobre o conceito central do desdobramento da série, e o tom distinto e um tipo “mais fresco” de zumbi. Erickson também fala sobre a possibilidade de Rick, Carol e companhia, fazer uma participação especial na no set da série em Los Angeles.
Para deixar claro, qual é a premissa básica do spin-off?
Estamos mostrando o período em que Rick estava em coma, então estamos começando a ver as coisas indo de uma forma que não mostramos antes. E estamos contando a nossa história através desta família mista altamente disfuncional [liderada por Cliff Curtis de Gang Related e Kim Dickens de Deadwood]. É sobre o que você não viu. É a educação dos nossos personagens sobre o que está acontecendo, e como o mundo está desmoronando e o que está acontecendo com as pessoas.
Como é que vai ser diferente da série original?
Vai ser diferente de tantas maneiras… É sobre a ansiedade e expectativa. Nós não vamos colocar um monte de zumbis. Vai ser uma história lenta. Não vamos chegar a um ponto onde estamos realmente em um tempo pós-apocalipse até muito mais tarde no show. Robert [Kirkman] queria realmente deixar de lado os atos violentos – especialmente em nosso mundo, porque é muito cedo, e os nossos zumbis estão mais frescos e muito mais humanos. É [emocionalmente] difícil de matá-los, mesmo quando estão vindo atrás de você… Em termos de tensão emocional, quando colocamos os nossos personagens em um momento onde eles têm que cometer alguma brutalidade para se defender, eles vão sofrer.
Eu imagino que eles nem têm certeza do que há de errado com eles…
Exato. Eles estão tentando descobrir o que isso poderia ser: É uma pessoa ou uma coisa? Eles são doentes mentais? É um vírus? Eles estão tentando entender exatamente o que eles estão enfrentando. O último lugar que qualquer um dos personagens quer ir é o lugar onde a audiência está esperando por eles – que é a descoberta que estas pessoas não estão mais vivas. E eles têm que passar por isso. Eventualmente, eles vão perceber o que Rick percebeu no piloto de The Walking Dead: essas pessoas não são mais pessoas.
Vai haver diferenças entre os zumbis de The Walking Dead e os zumbis dessa série? Eles vão ser mais rápidos?
Eu realmente desejava que eles fossem mais rápidos [risos]. Quando Rick sai de seu coma, quatro ou cinco semanas depois, você já está lidando com os zumbis deteriorados e atrofiados, até o ponto onde eles se parecem com monstros. Muito de nosso trabalho está se concentrando é um dar uma qualidade cadavérica aos zumbis. O sangue não está fluindo ainda, nós estamos apostando em alguns efeitos para os olhos… Uma vez que não estamos lidando com um nível de decadência [como muitos dos zumbis em TWD], eu acho que há uma possibilidade de eles ter uma força maior. Então algumas dessas cenas pode ser mais física. Mas, na medida do comportamento e movimento, essa parte vai ser a mesma coisa.
Por estar se passando em Los Angeles, a série pretender ter algum evento crossover com o elenco original de The Walking Dead?
Nunca diga nunca, mas não há planos no momento. A geografia é um obstáculo, e, francamente, em alguma parte da história vai se tornar um obstáculo ainda maior.
Uma vez que está se passando nos primeiros dias do surto, nós vamos ter algum vislumbre do esforço, de nível governo, para contê-lo?
Não vamos. Uma das coisas que eu amava sobre a original [série], e uma das coisas que vamos manter aqui, é que vamos ver através dos olhos de uma família e a sequência das decisões que foram feitas. Nós nunca vamos contar uma história a partir da perspectiva do CDC [Centro de Controle e Prevenção de Doenças], ou a partir da perspectiva do FEMA [Agência Federal de Gestão de Emergências].Nunca será um Guerra Mundial Z.
Quando o título foi anunciado, muitas pessoas – como eu – estavam achando que fosse uma piada. Qual é a sua opinião honesta sobre o título?
Era importante manter os elementos do título original e que tivesse alguma ligação. E nós não queríamos fazer tipo The Walking Dead: Los Angeles. Eu acho que é um título sólido e direto. Eu também acho que o “medo” [Fear] vai se tornar a estenografia.
Os seis primeiros episódios vão parece uma minissérie?
Foi escrito como um filme de seis horas, e essa é a sensação que nós queremos dar. Dito isto, estamos construindo um lugar para a fratura emocional dos nossos personagens e queremos chegar a um lugar onde nós, definitivamente, vamos ajustar os conflitos emocionais que queremos curar ou continuar na segunda temporada. Nós estaremos preparados para parar numa cena emocional e lançá-la na próxima temporada, mas também tendo um final satisfatório.
Fonte: TVLine