A Mãe dos Dragões, também filha do Rei Louco, finalmente se voltou para seu lado sombrio em “The Bells“, penúltimo episódio da oitava e última temporada de Game of Thrones.
Montada em seu dragão Drogon, Daenerys Targaryen simplesmente destruiu Porto Real, matando praticamente homens, mulheres e crianças, fossem eles soldado ou não.
Muitos fãs questionaram essa decisão. Uma personagem, que foi amada por muitos em tantos momentos, cometendo tamanha atrocidade. Durante o “Inside the Episode“, da HBO, os showrunners David Benioff e D.B. Weiss explicaram por que Dany optou por destruir Porto Real.
A esta altura da série, Dany perdeu praticamente todos seus amigos e conselheiros, além de não confiar mais em Jon Snow. “Jon Snow é alguém por quem ela está apaixonada”, disse Benioff. “E, no seu entendimento, Jon a traiu ao contar às pessoas sobre sua verdadeira identidade. Há também o fato de que, agora, ele é incapaz de retribuir o carinho”.
Ela se sente sozinha e rejeitada, por Jon e pelo povo de Westeros. Então, Dany decidiu abraçar a máxima de Nicolau Maquiavel de que é melhor ser temido do que amado.
“Acho que, quando ela diz ‘que haja medo’, ela está se resignando ao fato de que ela pode ter de fazer as coisas de maneiras não tão agradáveis”, explicou Weiss. “E ela pode precisar tomar decisões que são consideradas horríveis para muitas pessoas”, adicionou Benioff. “Ela escolheu violência. Um Targaryen escolhendo violência é algo muito terrível”.
Esse lado brutal de Dany, especialmente quando ela sente que as pessoas não estão do seu lado, é coerente com a personagem, de acordo com Benioff, que relembrou o sexto episódio da primeira temporada (A Golden Crown) para ilustrar que seu lado cruel sempre esteve ali.
“Até quando você olha para trás, na primeira temporada, quando Khal Drogo dá a coroa dourada a Viserys, e ela observa a cabeça do irmão ser derretida — ele era um irmão horrível, você sabe, então não acho que alguém chorou pela morte dele. Mas há algo meio assustador no jeito que Dany sempre respondeu às mortes de seus inimigos”, disse Benioff.
“Se as circunstâncias fossem diferentes, não acho que esse lado de Dany viria à tona. Se Cersei não a tivesse traído, executado Missandei, se Jon não lhe tivesse contado a verdade. Se todas essas coisas tivessem acontecido de maneira diferente, acho que não estaríamos vendo essa face de Daenerys Targaryen“.
Weiss acredita que Dany não chegou a Porto Real com o objetivo de queimar tudo, apesar de todas as coisas ruins que aconteceram com ela. Então… o que serviu de gatilho para despertar tanta raiva?
“Eu não acho que ela tenha decidido fazer o que ela fez com antecedência. Ela vê a Fortaleza Vermelha, que, para ela, é o lar que sua família construiu há 300 anos”, refletiu Weiss. “É nesse momento, nas paredes de Porto Real, quando ela olha para o símbolo de tudo que foi tomado dela, ela decide encarar isso como algo pessoal”.
Com o intuito de tornar as coisas pessoais, a equipe criativa do episódio optou por manter o ponto de vista do ataque no nível do solo, com os cidadãos de Porto Real. “Nós queríamos que ela fosse apenas a morte de cima, como vista da perspectiva das pessoas que estão em baixo”, disse Weiss.
“Na maioria das histórias grandes como esta, parece haver uma tendência de focar em figuras heroicas e não dar tanta atenção às pessoas que podem estar sofrendo a repercussão de decisões feitas pelos heróis. Nós realmente quisemos manter nossa perspectiva e simpatia no solo nesse momento, pois essas são as pessoas que estão pagando o preço pelas decisões tomadas por Daenerys“, concluiu.
Ainda sem título divulgado, o último episódio de Game of Thrones, que terá 1h20 de duração, será exibido no próximo domingo na HBO.
Fonte: IGN
