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Crítica — Segunda temporada de Justiceiro

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O ex-militar que virou vigia Frank Castle (Jon Bernthal) vive uma vida pacata na estrada até que, de repente, se envolve na tentativa de assassinato de uma garota jovem (Giorgia Whigham). À medida em que se envolve no mistério em torno dela e daqueles em busca da informação que ela guarda, Castle atrai um novo objetivo quando novos e velhos inimigos o forçam a confrontar se deveria aceitar seu destino e abraçar uma vida como O Justiceiro.

Atuando como coadjuvante, a violência inerente ao universo de Frank Castle se faz presente, obviamente, mas desta vez assumindo um papel mais simples e superficial, permitindo então que as relações interpessoais tenham mais relevância, fazendo com que as mesmas tenham um uso maior do que meramente um fator motivacional inconsequente ou uma motivação enxuta, mas atribuindo um tom psicológico mais escuro, criando uma personalidade sentimental, e um tanto familiar, no decorrer da temporada.

O que justamente poderia ser o grande marco deste enredo, acaba por também enfraquecer a mesma. Suas personagens são, no mínimo, intrigantes, mas ao mesmo tempo que instiga o espectador por sua curiosidade, acaba a suprindo por tramas que inevitavelmente tornam-se clichês dentro desse gênero, não conseguindo corresponder a expectativa provocada por sua premissa misteriosa, ao mesmo tempo que acaba se perdendo nas diversas subtramas, onde apenas o sofrimento não atinge a catarse necessária para ser de fato envolvente.

A inconstância é a grande vilã do roteiro desta temporada. O ritmo não consegue se sustentar no decorrer dos episódios, embora agrade em seus pequenos triunfos — especialmente nas formidáveis sequências de ação, mas a fragilidade na resolução das subtramas de maneira objetiva acaba criando momentos escassos e sem vitalidade, em uma obra que propõe — e que realmente tenta — ser mais que aparenta.

Mas por mais que acabe, inevitavelmente, se tornando tediosa em seus erros, Justiceiro ainda consegue se tornar dinâmico e feroz justamente por seu protagonista. Assim como Frank tem uma força inabalável, Jon Bernthal tem a energia necessária para manter o interesse, principalmente quando se adequa no tom pessoal e curioso que as personagens femininas conseguem conquistar nessa temporada, tornando-se cativante pela empatia que prevalece nestas relações.

E são detalhes que como este que fazem a trama funcionar, no entusiasmo de sua simplicidade, principalmente quando opta por não se tornar tão prepotente, quando reconhece o que tem de melhor nas personagens, sem esgotar sua fonte, mas fazendo do uso na medida certa, particularmente quando se trata de Frank Castle. Temos o melhor do protagonista nos quando é lhe permitido ser mais que sua origem, quando ele é maior do que seu argumento inicial. São em momentos como este, quando enfim permitir que ele viva além da sombra de seus coadjuvantes, e de suas motivações sem conflitos palpáveis e presentes, que Castle demonstra o potencial de ser mais que seu alter-ego.

Embora apresente mais pontos negativos que positivos, Justiceiro ainda se faz valer a pena ser visto, talvez não com a seriedade de uma maratona, mas sim de um lazer descompromissado, sem expectativas.

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