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Crítica | Reza a Lenda

A crença em uma lenda foi o que motivou um grupo de motoqueiros no sertão nordestino a roubarem e entrarem no confronto que for para conseguir devolver justiça e liberdade ao povo da região.

No decorrer do filme foram mostradas algumas lembranças que Ara (Cauã Reymond) teve quando era criança em relação à lenda, até certo momento só vemos o incentivo que ele teve de um homem em acreditar que a Santa poderia trazer um dos milagres que o povo mais precisava, a chuva. Isso foi mostrado durante a trama várias vezes certamente com a intenção de reforçar o motivo por Ara e seu bando se esforçarem e defenderem tanto a crença e no poder que a Santa tem. Eles roubam a santa e acabam comprando uma grande briga com o poderoso Tenório (Humberto Martins) e a partir daí se inicia um luta travada para quem ficará com a santa. Isso retrata uma contradição, entre as doutrinas da religião e devido as atitudes de todos os envolvidos, cujo foi furto de mortes e inflexibilidade de pensamento tanto de Ara e seus amigos que prezam a mesma crença quanto de Tenório.

A personagem de Severina (Shopie Charlotte) uma companheira incansável de Ara carrega uma personalidade forte e determinada e começa a alimentar uma ira contra Laura (Luisa Arraes) resgatada de um acidente que aconteceu no momento em que os motoqueiros fugiam da policia, ela sobreviveu e teve que seguir o bando contra a sua vontade, despertando ciúmes em Severina com medo de um possível envolvimento entre ela e Ara.

Uma das cenas que merece destaque é a que Ara tem, e remete o oposto da devoção que ele deveria ter com a crença. Ele se lembra de alguém o dizendo que a Santa é apenas uma imagem, uma representação, e o que acontece é muito maior do que acreditar piamente apenas naquilo. Flashes das reflexões de Ara o fazem tomar a decisão de não levar a oferenda ao Bruxo (Julio Andrade), mas isso soa como mistério ao mesmo tempo, não se sabe o que ele esta pensando como correto dentro dele. Nesse mesmo tempo Tenório resgata a santa, e como uma mensagem explicita coloca fogo no templo em que ela estava (uma das contradições de humanidade que a religião prega).

Quando o encontro entre Ara e Tenório acontece, o objeto tão cobiçado está sobre o domínio do cruel Tenório e nesse momento percebemos Ara provavelmente refletindo sobre tudo que ocorreu ate ali, passou a confrontar a ideia tão segura sobre a Santa de ouro e prova isso disparando um tiro contra ela.

O longa ’Reza a Lenda’ sem dúvida carrega uma singularidade única. É um filme em que a percepção facial é muito aproveitada e a intensidade de cada personagem aflora em olhares, no jeito, no falar. É explicito e retrata a realidade da dura vida no nordeste, a força que a vida exige de nós e os contrastes da religião.

Dirigido por Homero Olivetto Reza a Lenda” chegará aos cinemas em 21 de Janeiro de 2016.

Nota: 8,5

Guilherme
Guilhermehttp://geeksaw.com.br/
Primeiro Batman antes de Bruce Wayne. Extrovertido e sem graça. Uma mistura de piadas ruins e clichês, e um senso de humor gigante para rir delas. Editor chefe do GeekSaw. Apaixonado pela "Bigscreen" e por tudo que é novidade.
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