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Review – GNOSIA (Nintendo Switch), um “Cidade Dorme” virtual

Gnosia é um jogo que imita aquela famosa brincadeira infantil, “Cidade Dorme”. Um apunhado de pessoas, cada qual com funções diferentes, e um ou mais “assassinos” infiltrados. Mas, enquanto a brincadeira de amigos é jogado em várias pessoas, Gnosia é um jogo single player. É você contra a cpu.

Passe por diversos ciclos e tente sobreviver em todos. Entre verdades e mentiras, faça amizades e parceirias. Descubra quem são os tripulantes infectados – ou disfarce-se bem para não ser pego e poder eliminar os demais personagens.

Como já dito, Gnosia imita a famosa brincadeira de “Cidade Dorme”. Ele pode até ser comparado com Among Us, por exemplo, pensando em jogos mais atuais. Ainda mais por ambos serem com tripulantes em uma nave voando pelo espaço. Mas, ainda assim, ambos funcionam de forma bem diferente. O jogo é formado por ciclos (loops). Cada ciclo é como uma nova realidade. As amizades e interesses de cada personagem mudam de um ciclo para outro. É literalmente como a tal brincadeira, que a cada rodada sortea-se a função de cada jogador e ninguém sabe quem é o que.

Descubra quem é o Gnosia antes que ele elimine todos os tripulantes. Mas, viu… Tá tudo bem. Mesmo que você seja derrotado, é apenas por este ciclo. O jogo continua com o próximo ciclo, e com o seguinte, e o que vem depois, e o outro, e mais um, e … Enfim. A cada fim de ciclo (seja com vitória ou derrota), você terá acesso ao histórico de eventos e receberá pontos de experiência. Use esses pontos para evoluir o seu personagem e melhoras suas habilidades (atributos).

As habilidades do seu personagem funcionam como atributos num jogo de RPG. São elas: carisma, intuição, lógica, charme, performance, e furtividade. Esses atributos influenciam no seu poder de lábia durante os debates para descobrir quem é inocente e quem é Gnosia. Podendo afetar o quão convincente você é ou o quão sorrateiro para dissimular os demais. Ou até mesmo para poder ver através das intenções de um NPC e identificar se está mentindo.

Os NPC’s têm seus próprios atributos e personalidades, sendo uns mais agressivos que outros, melhores atores. Eles também têm habilidades individuais únicas que darão mais informações sobre o debate, ajudando em saber se alguém está mentindo ou é confiável.

Junto a isso, os personagens podem, aleatoriamente, receber uma ‘função’ diferente a cada ciclo. Eles – você incluso – podem ser um tripulante normal, o engenheiro da nave, o médico, um anjo guardião, ou o próprio Gnosia, entre outros. Com exceção do tripulante, os demais têm uma ação especial que pode executar uma vez por noite. O engenheiro, por exemplo, por escolher um personagem para investigar nos computadores da nave, e passar um relatório dos resultados no dia seguinte. Indicando se fulano é humano ou Gnosia.

Mas, como nem tudo é um mar de rosas, os Gnosias podem mentir funções e fingirem ser outra coisa para confundir os tripulantes. Afinal, eles precisam se misturar e passar despercebido como humanos. Daí fica a dúvida: Quem é o verdadeiro? Quem está falando a verdade?

Com o progresso do jogo, mais personagens entram na tripulação, e você também vai liberando novas funcionaldiades. O jogo fica mais complexo a cada ciclo, aumentando o número de tripulantes e de Gnosias, e a dificuldade em convencer os demais. Ele começa até que fácil, mas nos ciclos mais a frente você passa a ter que realmente pensar no que fazer e falar, e quais atributos evoluir.

Infelizmente, mesmo com todos esses detalhes, o jogo não traz muita empolgação. Falta um motivo para se fazer tudo isso. Aparentemente, Gnosia não tem uma história muito aprofundada – são apenas rodadas após rodadas de “Cidade Dorme” espacial.

Além disso, os diálogos são um pouco vazios e limitados/repetitivos, principalmente durante os debates. Suas ações são apenas descritas na caixa de texto. Por exemplo: se você acusa alguém ou se pronuncia em defesa, o jogo simplesmente mostra uma mensagem do tipo, “você levantou algumas questões sobre fulano”. Não há uma argumentação sobre a questão. Bem… Por outro lado, os personagens tÊm personalidades bem únicas e até que divertidas.

A parte gráfica do jogo é bem simples. Todos os cenários e personagens são estáticos, como se fosse um jogo tipo novel. A arte é bonita, e o estilo de desenho é bem caprichado, principalmente dos personagens. São todos bem artísticos com uma design peculiar. Mas ainda assim são apenas imagens 2D paradas, meio sem vida. E para complementar a simplicidade, a própria HUD não passa de quadrados sem muita estilização.

O áudio aqui poderia até tentar suprir a parte visual sem sal, mas também ficou faltando “tompêro”. Não é algo de se impressionar. Uma trilha simples e efeitos sonoros que representam a cena e eventos. Quase como se estivessem lá porque têm que estar.

Há outros jogos de investigação e debates que, mesmo seguindo esse estilo simplificado, conseguem proporcionar uma forte imersão ao jogador, citando como exemplo os famosos Phoenix Wright: Ace Attorney e Professor Layton, que também seguem essa linha novel, mas são bastante imersivos.

Gnosia então acaba sendo mais como um jogo de passatempo para se jogar “on the go”. Ele é interessante, sim. É gostoso passar alguns ciclos, ter o desafio de descobrir quem é o Gnosia e ainda convencer os outros de que você não é um. É, novamente, exatamente como brincar de “Cidade Dorme”, mas sozinho. A medida que o jogo avança e mais funções aparecem e maior fica a tripulação, a complexidade da “investigação” vai o deixando mais desafiador e trabalhoso.

Sem um objetivo próprio ou sem muito a perder – uma vez que perdendo ou vencendo o ciclo, o jogo continua seguindo – o jogo acaba não te instigando muito a querer ir até o fim disso tudo. Então vai do quanto ele te interessar ou do momento. Faltam também alguns elementos mais imersivos. Talvez um trabalho de dublagem, diálogos mais aprofundos e/ou alguns efeitos visuais mais impactantes já ajudariam a dar um up na experiência.

Nota: 2/5

Alexandre
Alexandre
Existem os cavaleiros da tábula redonda e existe eu, o cavaleiro redondo da tábula. Alguns dizem que sou uma lenda, já outros são pessoas de verdade. Amante de games desde a era 8-bits e quando Português não era opção de idioma.
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  • Games Reviewer
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