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Review – Paradise Killer, um jogo de mistério e investigação (Nintendo Switch)

Apesar de deuses que mais parecem monstros, uma cidade vazia, e uma mulher com cabeça de bode, não se engane nem se assuste. Paradise Killer não é um jogo de terror e você não terá jump scares. É “apenas” um jogo de investigação num mundo muito esquisito, com diálogos incríveis e um mistério cheio de reviravoltas.

Paradise Killer é ambientado num mundo onde as pessoas cultuam deuses alienígenas e estão em busca de criar uma nação perfeita para poder revivê-los. Um grupo de pessoas, o Sindicato, criaram uma ilha chamada “Paradise” em busca de concluir este sonho. Porém, a criação falhou e a ilha foi invadida por demônios. O Sindicato tenta recomeçar criando uma segunda Paradise, sacrificando todos os cidadãos comuns da primeira ilha e levando apenas aqueles da alta hierarquia para a nova. O ciclo se repete uma, duas, três vezes, até o atual momento do jogo quando a 25ª ilha acabou de ser finalizada e os membros do Conselho estão se mudando da quase bem sucedida Paradise 24.

Durante a Paradise 13, Lady Love Dies, investigadora oficial do Sindicato e protagonista do jogo, foi iludida por um dos deuses e causou erros irreversíveis que forçaram a destruição da 13ª ilha. O jogo não dá muitos detalhes do que aconteceu, pelo menos não logo de cara. Considerada uma criminosa, sua punição foi o exílio eterno. Ela foi mantida afastada por 10 recriações das Paradises (só mais ou menos uns 3 milhões de anos).

Os habitantes acreditam que a Paradise 25 seja a esperança da completa perfeição, uma vez que sua antecessora ficou muito próxima de dar certo – não fosse um pequeno deslize. Isto é, se vários membros importantes do Conselho e o líder do Sindicato não tivessem sido assassinados. Em busca de descobrir o culpado e a verdade por trás de tal atrocidade, a entidade responsável por manter justiça nas ParadisesJudge – libera Lady Love de seu exílio. Cabe agora ao jogador, sobre controle da protagonista, investigar o caso. Você deverá buscar pistas e fazer interrogatórios, para descobrir o verdadeiro assassino. Porém, num mundo tão distorcido, nem todas as pistas são tão verdadeiras assim. Qualquer um – literalmente qualquer um – pode ser o verdadeiro culpado. Até mesmo velhos amigos são fortes suspeitos nessa encrenca toda.

Por ser um jogo inteiramente de investigação, não se faz muito além de andar por aí, falar com NPC’s e explorar o cenário. Mas isso não diminui a qualidade do produto. Paradise Killer aposta todas as suas fichas na ambientação, no belíssimo cenário, na trilha sonora, na história um tanto quanto esquisita e no mistério a se resolver – o qual caberá exclusivamente de você decidir o desfexe. Felizmente, também, os diálogos são deveras interessantes de se ler. Mas caso você não saiba muito de inglês, pode ser que você não consiga se envolver tanto assim no jogo, pois esta é a única opção de idioma.

A mecânica de investigação e interrogatório não se equipara a um L.A. Noir (caso conheça). Mas certas descobertas abrem novas conversas com os NPC’s, que permitem o jogador se aproximar cada vez mais da verdade. Um amistoso bate-papo de tempos em tempos com o mesmo personagem também revelará novas suspeitas sobre o caso, abrindo assim mais portas da justiça. Você pode levar o caso a julgamento em qualquer momento do jogo, só talvez seja melhor primeiro adquirir evidências para suas acusações se quiser um julgamento justo e correto, diante da verdadeira verdade (de verdade).

Lembre-se também de vasculhar cada canto e objeto. Há diversas pistas, ítens e colecionáveis (como músicas) espalhados pelo jogo. E quando eu digo “cada canto”, é literal. Esses ítens podem estar tanto em céu aberto na sua frente, quanto num cantinho escondido. Então não pense que “alí não vai ter nada.” Olhe, porque pode ser que tenha. Esse jogo tem segredos escondidos até nos segredos. É possível, inclusive, aprender mais sobre a história do jogo e o passado das outras Paradises encontrando ítens no formato de um coração.

Lady carrega consigo um laptop, Starlight, que a ajudará organizando todo o caso e informações adquiridas, e também a acessar alguns sistemas. Há painéis onde é preciso hackear o sistema para obter o acesso (nada muito complexo também, apenas umas combinações de imagens). Porém, certos terminais usam um conjunto de hieróglifos que o Starlight não tem em sua base de dados. Você precisará comprar ou encontrar upgrades para o laptop, assim conseguindo identificar cada vez mais conjuntos e combinações.

E falando em upgrades, a Lady Love também tem os seus. É possível adquirir habilidades, como um pulo duplo ou um air dash, que facilitarão sua exploração e acesso pela Paradise 24 (na verdade deixa até tudo mais interessante). Só não vou dizer como. Faz parte da exploração descobrir. 😉

Um ponto que me aborreceu bastante foram os controles. Os comandos convencionais, de correr, pular e agaixar, estão em botões atípicos do que estamos acostumados. Falando do Nintendo Switch, você corre com o L, pula com o R e agaixa com o B. O número de vezes que eu agaixei tentando dar um salto é maior que a RAM do meu computador. Além disso, o controle da câmera também é um pouco insatisfatório. Ele tem algo parecido com um acelerômetro, não sendo muito preciso. Num jogo de exploração onde você deve ficar olhando para todo lado, todo o tempo, isso acaba sendo um pouco chato. Caso você prefira, igual eu, é possível como mudar isso desativando a opção “Camera smoothing.”

Outro aspecto do jogo é que ele também tem algumas sidequests. Como já dito, a Paradise 24 está próxima de seu fim e todos os cidadãos comuns já foram sacrificados. Mas as almas de alguns deles perambulam pela ilha, pois estão em busca de algo muito importante. Você pode ajudá-los a conseguir o que estejam buscando, permitindo assim que partam para o outro mundo em paz e te recompensando de alguma forma.

Paradise Killer oferece um cenário vasto e muito bonito. A qualidade gráfica é boa, nada suprassumo – como assim esperado de jogos para o Switch. Mas ainda assim os modelos 3D são bem trabalhados e você definitivamente se deparará com ótimas vistas e cores. Um atributo que os desenvolvedores resolveram economizar foi nos personagens. Todos eles são apenas imagens estáticas 2D, mas o estilo da arte é de capricho.

Unido à uma trilha sonora espetacular, fica claro que o objetivo da empresa não foi te encantar com os olhos, mas sim fazer o jogo te engolir. Te envolver na história, na ambientação, tornando Paradise Killer um jogo interessante e curioso, e nada cansativo. Não é à toa que o jogo recebeu notas acima de 8 em várias plataformas. Não fossem os controles, certamente conseguiria passar o dia todo jogando, em vez “só” 6 horas diretas.

No momento, Paradise Killer está disponível para Nintendo Switch e para PC/MacOS através da Steam.

Nota: 4/5

Alexandre
Alexandre
Existem os cavaleiros da tábula redonda e existe eu, o cavaleiro redondo da tábula. Alguns dizem que sou uma lenda, já outros são pessoas de verdade. Amante de games desde a era 8-bits e quando Português não era opção de idioma.
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