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Resenha – Malorie (Editora Intrínseca)

“E se, como certa vez sugeriu Tom, o homem, for uma questão de não sermos capazes de compreender as criaturas, de enlouquecermos ao vermos algo que nossas mentes simplesmente não conseguem assimilar… Por que não aconteceria a mesma coisa pelo toque? Será que qualquer encontro por meio de qualquer sentido constituiria uma experiência com algo impossível, algo incompreensível para nossas mentes?” 

Seis anos após o lançamento do sucesso Caixa de Pássaros, a Editora Intrínseca lança sua sequência direta, Malorie, de Josh Malerman.  

Nessa nova história que se passa doze anos depois dos acontecimentos de Caixa de Pássaros, podemos acompanhar a vida relativamente segura que Malorie e seus filhos, agora adolescentes, levam. A mesma rotina, os mesmos cuidados, as mesmas vendas durante anos. Porém, um estranho que aparece em seu caminho acaba por revelar informações que deixam a família inquieta e esperançosa: existem pessoas que não estão apenas sobrevivendo, mas vivendo nesse novo mundo. A vida que essas pessoas levam é o sonho incompreendido de seu filho e o pior pesadelo de Malorie: pessoas que estão cansadas de temer, afirmam ter capturado uma criatura, feito experimentos e descobertas capazes de dar uma vida melhor aos humanos. Mas será que ainda é possível acreditar em alguém depois dos últimos acontecimentos? 

Assim como seu antecessor, Malorie começa em um frenesi, que deixa o leitor atônito e ao mesmo tempo desacreditado. As duas histórias se interligam de forma fantástica, como se o leitor nunca tivesse fechado um livro para começar o outro. Nas próprias palavras do autor, Malorie nasceu de uma parte retirada de Caixa de Pássaros, que deixaria o livro com o dobro de páginas, mas que faria mais sentido como um romance único. 

Não se deixe enganar pelo medo de acompanhar uma história com uma carga de suspense e drama tão pesada, mas que agora basicamente se passa ao redor de adolescentes. A visão que eles têm desse novo mundo, onde seus ouvidos são seus novos olhos e onde eles nunca puderam ver o céu, a grama ou qualquer outra coisa que não fossem quatro paredes, em contraste com o estado quase paranoico de Malorie é um prato cheio. 

Mais do que nunca, as criaturas se fazem presentes nessa história. Aparentemente se multiplicando e sem intenção de deixar a humanidade tão cedo, como os ouvidos super treinados dos filhos de Malorie nos informam, especulações sobre sua periculosidade nos são apresentadas logo na primeira página. Seria possível enlouquecer pelo toque? Talvez pelo som? Se é que essas criaturas fazem algum som. 

É aconselhável ler esse livro junto com alguém, pois, sem revelar demais, Josh Malerman consegue nos dar informações preciosas para manter vivo o debate sobre as criaturas e esse novo mundo que agora elas dominam, ao mesmo tempo em que elas parecem mais cósmicas e indecifráveis do que nunca.  

Título: Malorie 

Editora: Intrínseca 

Idioma: Português 

Autor: Josh Malerman 

Páginas: 287 

Michelle Gomes
Michelle Gomes
Bookstan irrecuperável, amante de coelhos e sommelier de breja barata. Nas horas vagas você pode me encontrar em meu notebook assistindo um anime da temporada (ou com sorte você me encontra na Paulista dançando como se ninguém estivesse olhando).
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