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Review – Perception é um bom jogo de terror mas peca na repetição

Atualmente, apostar no gênero de terror mais vintage parece ser algo acertado nos games. Apesar de agradar uma parcela do público gamer, as mecânicas parecem já estar desgastadas e, é nesse cenário que Perception tenta inovar com alguns elementos diferenciados.

História empolgante

 

Na trama do game, controlamos Cassie, uma jovem cega que consegue “ver” pelos sons do ambiente, algo semelhante ao Demolidor da Marvel, mas menos refinado. Munida de sua habilidade especial, Cassie decide ir em busca de uma mansão que assola seus sonhos. Inicialmente, a premissa parece bem básica e não temos qualquer explicação de como a protagonista conseguiu chegar na casa.

Uma vez dentro da mansão, Cassie explorará a enorme propriedade e terá contato com os espíritos dos antigos proprietários de diversas eras. Com o avançar da história, percebe-se que todos os antigos donos da casa tiveram vidas trágicas ligadas por uma certa influência nefasta da casa. Mesmo decifrando os mistérios ao longo da aventura, a trama não empolga muito desde o começo e as saídas do roteiro são previsíveis e desinteressantes.

O radar de Cassie é realmente o maior atrativo do jogo da Deep End Games. A protagonista pode usar qualquer som do ambiente para se localizar e o jogador ainda pode bater a bengala de Cassie utilizando seu radar a qualquer momento. Entretanto, a “visão” é passageira, o que faz o uso da habilidade se tornar maçante depois de algumas horas de jogo. Além do que, barulhos em excesso atraem A Presença, o principal antagonista do game. Falando em antagonista, a Presença pode ser considerada mais um incômodo do que algo que realmente assuste, o que a torna um dos pontos fracos do jogo.

Outra mecânica interessante é o uso do celular de Cassie, que é extremamente útil. O telefone da protagonista possui diversos aplicativos, que a auxiliam durante a jornada. Um deles permite que Cassie envie imagens para que outra pessoa possa descrevê-las e um outro transforma palavras escritas em áudio. Mesmo com essa outra adição original, infelizmente muitas vezes durante o gameplay, o jogo passa uma sensação de marasmo e falta de inovação, apostando em saídas previsíveis e repetitivas.

Apesar do game se propor em ser uma experiência de terror, são raros os momentos que realmente se fica assustado. Como já enfatizei, a Presença é mais um incômodo do que algo realmente ameaçador e pode ser facilmente contornada com os esconderijos, ou simplesmente ficando abaixado em um canto do cenário. A falta de momento assustadores transforma Perception em um fraco jogo de exploração com ideias interessantes mal executadas e que caem nos clichês.

Gráficos são bons, mas cansativo

Em termos gráficos, o jogo aposta em uma emulação do que poderia ser a “visão” de uma pessoa cega. Quando ouvimos um som, a tela que sempre fica preta mostra ondas azuis e brancas, que passam por todos os objetos e nos permitem “ver”. Os únicos elementos que não desaparecem da tela são portas e lugares para se esconder da Presença, isso é um detalhe interessante, que ajuda na navegação pelo cenário. Mesmo sendo o principal diferencial do game, a eco localização de Cassie funciona por pouco tempo e torna a jogabilidade cansativa.

Jogabilidade Passiva

 

Perception também aposta em uma jogabilidade mais passiva, ou seja, não há qualquer tipo de momento de combate, o que contribui para a sensação de marasmo, que impera em boa parte da jornada. É evidente que a ideia inicial do game é muito boa, mas a execução deixa a muito a desejar. Em alguns momentos, não é difícil conjecturar se a falta de recursos financeiros mais robustos, atrapalhou o desenvolvimento de um game com um potencial interessante.

Trilha Sonora não convence

O som é algo fundamental no game, pois, o jogador controla uma pessoa cega. Entretanto, esse não parece ser o caso. Mesmo se esforçando para criar a típica atmosfera de terror, são raros os momentos que a trilha sonora contribui efetivamente para a criação de uma sensação aterrorizante. As músicas em si também são bem esquecíveis.

Conclusão

Perception tinha potencial para soprar novidade em um mercado repetitivo de games de terror. Entretanto, a principal mecânica inovadora do jogo, o radar de Cassie, o faz cair na mesma repetição. A história pouca inspirada e cheia de saídas fáceis também não ajuda o game. Além do mais, o roteiro conta com pouquíssimos momentos que conseguem transpor o terror, que deveria ser um dos pontos mais importantes de toda a experiência. Por fim, é triste ver que um jogo com tanto potencial acabou por cair no marasmo e se tornando algo esquecível dentro do gênero de terror, servindo mais como um jogo de exploração genérico do que um novo clássico cult do gênero.

Nota: 6

Guilherme
Guilhermehttp://geeksaw.com.br/
Primeiro Batman antes de Bruce Wayne. Extrovertido e sem graça. Uma mistura de piadas ruins e clichês, e um senso de humor gigante para rir delas. Editor chefe do GeekSaw. Apaixonado pela "Bigscreen" e por tudo que é novidade.
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