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Review – The Signifier Director’s Cut (Steam), Vasculhando Memórias

The Signifier traz aos games uma experiência neurológica bastante curiosa. Já se perguntou como seria entrar na memória das pessoas? Ver o mundo com seus olhos e emoções? É isso que esse jogo tenta nos proporcionar.

The Signifier Director’s Cut é uma DLC que incrementa o conteúdo do jogo e a qualidade do mesmo. Com mais interações e melhoria em performance, você poderá explorar as memórias de uma pessoa para desvendar a real causa por trás de sua morte. Veja como foi sua infância. As relações que o mundo tinha para ela. Quais seus traumas, vergonhas, mecanismos de defesa. Passe por tudo isso e resolva os enigmas para desvender esse mistério.

E como eu sempre gosto de frizar, pois sei que é importante para muitos brasileiros, você poderá desfrutar dessa experiência sem precisar de um dicionário do lado. Sim! O jogo tem opção de textos em PT-BR. 🙂

Antes de falar sobre o Director’s Cut, vou contar um pouquinho sobre como é The Signifier em si.

The Signifier é um jogo de investigação e suspense, com uma pitadinha de terror psicológico. Bom… Se você não é chegado em terror, fique tranquilo. Essa parte de “terror” é mais a atmosfera do jogo causando uma tensão psicológica no jogador, mas nada de sustos ou coisas aterrorizanes, apenas bizarras. Isso porque você – sob o controle de Russel – investigará a real causa da morte de Johanna Kast, explorando reconstruções de suas memórias.

Trata-se de um projeto de neurociência desenvolvido por Russel. Uma máquina capaz de reconstruir virtualmente as memórias de uma pessoa. Como o projeto não é perfeito, e memórias também são sempre um pouco falhas, essas reconstruções acabam ficando um tanto distorcidas e repletas de bugs. Não que o jogo seja bugado, hahaha. É proposital para envolver o jogador na atmosfera perturbada das memórias de Johanna.

Você deverá buscar por pistas sobre a vida de Johanna tanto no mundo real quanto em suas memórias. E as reconstruções das memórias são divididas em dois estados: objetivo e subjetivo; pelos quais você terá que alternar para encaixar as peças do quebra-cabeça. No estado objetivo, a máquina busca reconstruir a memória como foi interpretada através dos cinco sentidos (visão, paladar, audição, cheiro e tato). Ou seja: é uma reconstrução que tende ser mais próxima do real. Enquanto que no estado subjetivo é onde a coisa fica bizarrona. Nesse estado, usa-se informações do subconsciente da pessoa para a virutalização. Sua emoções, imaginação e interpretações do real. Ambos os estados é como se fossem “mundos paralelos”.

Além disso, no mundo real você também terá interaçoes com NPC’s, sejam pessoalmente ou por telefone. Use essas interações para encontrar mais pistas sobre o caso. Mas, cuidado, pois suas escolhas – mesmo que sutis – podem afetar o rumo da história. O que nos leva a um ponto interessante do jogo que são os múltiplos finais possíveis. Dependendo das suas ações e escolhas, você se deparará com um final diferente. Para os curiosos ou os “complecionistas”, isso acrescenta um fator de rejogabilidade para poder descobrir os diferentes finais – será que tem um que seja o “verdadeiro”?

Agora, se você não for do tipo complecionista ou não tiver muito o interesse em rejogar The Signifier, então eu trago uma notícia um pouco triste – e que me deixou meio desapontado também: O jogo é curto. 🙁 Se você começá-lo pela manhã, até de tarde ou de noite já o terá terminado. Indiferentemente, foi uma ótima experiência.

Em adendo a tudo isso, a versão Director’s Cut traz novos finais para a história, mais coisas para se ver e ouvir no decorrer do jogo, puzzles através de cinematics, e otimização em performance. Confesso não ter jogado a versão normal de The Signifier, mas me impressionou o quão bem o jogo rodou no PC – ainda mais com todos os efeitos de partículas e distorção do cenário, eu estava preocupado que meu PC fosse explodir. Mas não, foi tudo ok.

A parte visual do jogo é um pouco complicada de analisar. Como a reconstrução das memórias tem suas falhas (propositalmente), é super normal encontrar objetos distorcidos, com baixa resolução de modelagem ou textura, ou em polígonos. Mas como esses detalhes são elementos que agregam à proposta do jogo, posso dizer com total certeza que o trabalho artístico gráfico é muito bom. Em principal porque todos os elementos são muito bem definidos, mesmo em meio à bagunça, nada se mistura indevidamente.

E, falando de clareza visual, meus parabéns para os desenvolvedores com a escolha da fonte para os textos e legendas. Os filmes de cinema deveriam adotar a mesma ideia, porque os textos no jogo são muito fáceis de ler devido à qualidade da fonte.

Um detalhe gráfico que achei genial foi que, dentro das memórias, as texturas de alguns objetos se parecem bastante com fotos de objetos reais. Afinal, uma foto nada mais é que a imagem de uma memória, não é mesmo? Se os desenvolvedores não pensaram dessa forma ao escolherem tais texturas, estou dando uma novo significado então, hehe.

Para finalizar, o trabalho sonoro é o que arremata e conclui toda a imersão do ambiente. Lembrando que é um jogo de suspense, com memórias de uma pessoa morta, mal projetadas, e a pitadinha de terror. Tudo isso é excelentemente reproduzido através dos efeitos sonoros da cena e dos elementos. Cada som muito bem definido, de boa qualidade seja pelos alto-falantes ou com fone de ouvido. Até mesmo o trabalho de dublagem… Meu deus. Lindo, lindo.

The Signifier Director’s Cut traz uma realidade bastante curiosa sobre o comportamento de nossas memórias, e como elas poderiam ser reconstruídas caso tivéssemos poder tecnológico para tal. O jogo é bastante imersivo, cria uma tensão “gostosa” e incita a curiosidade em saber o que virá depois. Apesar de relativamente fácil e “direto ao ponto”, a experiência é bem agradável.

Meu único ponto triste mesmo é o quão curto uma playthrough é. Para tirar máximo proveito do jogo, é necessário rejogá-lo para descobrir os diferentes finais. Eu fiquei tão envolvido na história que queria que ela se prolongasse mais e fosse muito mais complexa. Acredito que isso seria uma melhoria bastante significativa para colocar The Signifier em grande destaque no mercado. Quem sabe uma nova DLC que adicione uma continuação a história – um novo caso, ou até quem sabe o mesmo.

Nota: 3/5

Alexandre
Alexandre
Existem os cavaleiros da tábula redonda e existe eu, o cavaleiro redondo da tábula. Alguns dizem que sou uma lenda, já outros são pessoas de verdade. Amante de games desde a era 8-bits e quando Português não era opção de idioma.
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