sábado, 07, set, 2024

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RESENHA – PLANETA BRUTAL (EDITORA COERÊNCIA)

“No final das contas, o Primeiro Dia não foi o fim, mas o começo. O começo de uma era de dor, destruição e desolação.”

 

A Editora Coerência nos trás sua mais nova distopia: Planeta Brutal, de Raphael Miguel.

Antes de começar o livro, o leitor é avisado do teor explícito, cenas viscerais descritas e linguagem de baixo calão, não sendo aconselhável para todos os públicos.

Nessa história, a população da Terra foi reduzida drasticamente por uma sucessão de eventos conhecidos como O Primeiro Dia, onde vários desastres começaram a acontecer simultaneamente e culminaram no fim do mundo como conhecemos.

Os sobreviventes em clãs, tentam reconstruir a forma como o planeta e a civilização eram, enfrentando uma realidade cruel para manter suas sobrevidas, mas encontram nos Bandos da Discórdia uma barreira de pessoas que só querem saber de caos e destruição.

Um desses clãs pacíficos resolve lutar por suas terras contra o pior dos Bandos da Discórdia, não antes de mandar suas mulheres, crianças e idosos em busca de um lugar seguro, longe da sangrenta batalha, para poder manter o sonho de reaver a civilização de pé. Kaiara, esposa do líder do clã, leva seu filho e os habitantes que restaram em busca de um lugar com melhores condições, num deserto que parece infinito e onde o perigo espreita atrás de cada pedra. Quando seu caminho cruza com o de um sobrevivente assassino chamado Judah, de uma espécie nova de humano, Kaiara descobre o que é a própria danação.

O começo do livro contém um prólogo onde conhecemos o evento do Primeiro Dia. O restante dos capítulos são intercalados entre Kaiara e Judah, e mais para frente abre espaço para novos personagens darem sua versão da história. Apesar de os capítulos serem narrados em primeira pessoa, não tem o nome dos personagens como título, o que pode causar uma breve confusão nas primeiras linhas, mas não prejudica a narrativa no geral. Alguns capítulos são encerrados com uma ilustração de Rafael Danesin, para reforçar a narrativa.

Durante a leitura, é possível ver o crescimentos dos protagonistas: Kaiara, a sobrevivente humana, sempre em busca de seu filho e seguindo os ideais de seu clã, se torna uma mulher decidida, independente e até mesmo cruel devido às Leis da Sobrevivência; e Judah, o arenoso caótico, que vai mostrando seus dramas e razões para ter seu jeito desaforado, mas aos poucos se torna perceptível que nem apenas de caos ele vive.

Alguns personagens secundários são introduzidos na história, sempre com características marcantes que os fazem ter importância na narrativa e vai criando uma identificação com o leitor, mesmo que suas jornadas sejam apresentadas rapidamente. Esses personagens representam os mais variados pontos de vista sobre o fim do mundo e as atitudes tomadas depois dele.

Ao mesmo tempo que a história vai se mostrando e desenrolando, quando algo está prestes a se resolver, outro problema começa a surgir de forma inesperada, deixando o leitor constantemente preso na leitura, pois é impossível adivinhar o que virá a seguir.

No final, o livro conta com um conteúdo extra sobre esse universo complexo e um capítulo final alternativo, mostrando que o autor ainda tem muito para mostrar. Planeta Brutal é o tipo de livro que depois de lido, tem um tema que se estende para discussões: seriam as pessoas totalmente ruins ou boas, preto no branco? Os fins justificam os meios? Cabe ao leitor decidir.

 

Título: Planeta Brutal

Editora: Coerência

Idioma: Português

Autor: Raphael Miguel

Páginas: 301

 

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Guilherme
Guilhermehttp://geeksaw.com.br/
Primeiro Batman antes de Bruce Wayne. Extrovertido e sem graça. Uma mistura de piadas ruins e clichês, e um senso de humor gigante para rir delas. Editor chefe do GeekSaw. Apaixonado pela "Bigscreen" e por tudo que é novidade.

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