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Crítica — Umbrella Academy

No mesmo dia de 1989, mulheres sem qualquer ligação entre si e que até o dia anterior não apresentavam nenhum sinal de gravidez deram à luz 43 crianças. Sete delas foram adotadas por Sir Reginald Hargreeves, um industrial bilionário, que decide criar a Umbrella Academy e preparar suas “crianças” para salvar o mundo. Mas nem tudo saiu de acordo com o plano. Quando elas chegaram à adolescência, a família se desintegrou e a equipe se separou. Agora, os seis membros remanescentes, na casa dos 30 e poucos anos, são reunidos pela notícia da morte de Hargreeves. Luther, Diego, Allison, Klaus, Vanya e Número Cinco começam a trabalhar juntos para resolver um mistério ligado à morte do pai. Mas eles voltam a se desentender em razão dos conflitos causados pelas diferentes personalidades e habilidades — tudo isso em meio à ameaça iminente de apocalipse global.

E é esta bagunça divertida e ainda assim humana que é Umbrella Academy. Tendo como palavra-chave o dinamismo, a adaptação dos quadrinhos de Gerard Way e Gabriel Bá é uma grata surpresa, conseguindo misturar os inúmeros elementos já conhecidos desta temática, mas de maneira irreverente e irônica, e ainda assim trazer um lado sensível em meio ao caos que se encontra a família Hargreeves, resultando em um material com frescor e inteligência, e ainda imprevisível — mesmo com as inegáveis semelhanças e influências com outras obras do gênero.

Falando ainda à respeito do seu dinamismo, talvez seja justamente esse fator que crie espaço para as súbitas decadências de ritmo. Tendo o caos como um aliado, Umbrella Academy não abandona seus personagens tampouco sua estrutura narrativa e subtramas. Entretanto, nesta tentativa de dar uma atenção justa e necessária à todos os recursos citados, acabam se criando pequenos devaneios, ocasionando num aspecto um quanto superficial. Embora esses pequenos momentos sejam notáveis, a diversidade apresentada atrelada às adversidades narrativas acabam por garantir a coesão de seu desenvolvimento, fazendo com os mesmos se tornem, subitamente, irrelevantes, especialmente pela maneira eficaz que a série é conduzida.

A forma em que a série opta por conduzir suas tramas acaba por conquistar uma personalidade distinta, na qual não há uma junção dos seus elementos, mas sim uma apresentação de fatos no qual cada um tem sua própria força, na qual a sua principal qualidade, como equipe, está na individualidade pessoal, em uma apresentação sem qualquer forma de julgamento, fazendo com que seus personagens conquistem a empatia à sua própria maneira.

A trama reúne esses personagens diversos que, mesmo com seus poderes, não apresentam especialidades, e se tornam quase que totalmente disfuncionais, seja pela falta de dominância dos mesmos, ou por seus problemas pessoais, até mesmo por sua ignorância. Aproveitando para extrair o melhor da aleatoriedade daquelas pessoas e de seus poderes, quase sempre terminando em uma cena de ação interessante ou em um drink satírico, sem esquecer da e até abusando da acidez, em meio à um iminente apocalipse.

Os mistérios, ou até mesmo a forma como eles vão sendo revelados, é tão desequilibrado, mas ao mesmo tão comedido com as suas circunstâncias, que acabam por trazer um toque realístico em  meio à tantas aleatoriedades, particularmente pelas características e a verossimilhança com as disfunções familiares, trazendo à obra mais um elemento que a torna tão única, uma bagunça divertida mas sem esquecer do sentimentalismo, uma junção formidável de boas intenções, super poderes, anarquia e o fim do mundo.

Umbrella Academy chega à Netflix em todo o mundo no dia 15 de fevereiro.

Guilherme
Guilhermehttp://geeksaw.com.br/
Primeiro Batman antes de Bruce Wayne. Extrovertido e sem graça. Uma mistura de piadas ruins e clichês, e um senso de humor gigante para rir delas. Editor chefe do GeekSaw. Apaixonado pela "Bigscreen" e por tudo que é novidade.
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