sábado, 23, nov, 2024

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Crítica – Liga da Justiça de Zack Snyder é sangrento, épico e profundo

O filme que diziam que nunca iria existir, está entre nós! Liga da Justiça de Zack Snyder finalmente está pronto para a dança com lançamento digital no Brasil e esperamos que a dona Warner Bros lance a versão em blu-ray e DVD no Brasil. Confira a sinopse do filme:

“LIGA DA JUSTIÇA DE ZACK SNYDER conta a história de Bruce Wayne (Ben Affleck), que determinado a garantir que o sacrifício final do Superman (Henry Cavill) não fosse em vão, alinha forças com Diana Prince (Gal Gadot) com planos de recrutar uma equipe de metahumanos para proteger o mundo de um ameaça de proporções catastróficas. A tarefa se mostra mais difícil do que Bruce imaginava, pois cada um dos recrutas deve enfrentar seus próprios demônios do passado antes que possam finalmente formar uma liga de heróis sem precedentes. Porém, pode ser tarde demais para Batman (Affleck), Mulher Maravilha (Gadot), Aquaman (Jason Momoa), Cyborgue (Ray Fisher) e The Flash (Ezra Miller) salvarem o planeta dos vilões Steppenwolf, DeSaad e Darkseid e seus planos malignos.”

Dirigido pelo visionário diretor de Batman vs Superman: A Origem da Justiça, O Homem de Aço e Watchmen, Zack Snyder nos revela suas ideias por trás do universo DC que vem sendo criado desde a aventura solo de Clark Kent/ Kal-El e apresenta um filme com 4 horas de duração depois de muitas reviravoltas em torno de sua versão para o longa.

No filme de 2017 dirigido por Joss Whedon, o longa sofreu uma mudança drástica em seu tom e isso acarretou o fim desse universo que vinha sendo construído, dando um fim aos personagens com sua falta de profundidade e transformou em um filme completamente esquecível.

Em Liga da Justiça de Zack Snyder nós encontramos personagens como Batman, Mulher-Maravilha e Superman, dessa vez, é reconhecível a ação desses personagens e muito disso se dá por conta da jornada diferente que eles travam, pois o fim pode ser o mesmo, mas o caminho é outro. O caminho que me refiro se trata das intimidades dos seus personagens e suas lutas internas em meio ao descobrimento de suas habilidades e o que fazer com elas. A maior diferença é o Ciborgue interpretado por Ray Fisher, ele embarca em uma jornada cheia de feridas e se volta contra si mesmo em uma batalha emocional bastante profunda e bonita.

Barry Allen/ Flash interpretado por Ezra Miller é também uma parte muito importante do filme, seus poderes realmente são mostrados e ele acaba dando um passo ainda maior para a definição do personagem que precisa lutar contra o tempo, contra os seus problemas familiares e se torna uma peça muito importante no quebra cabeça da Liga da Justiça. Ezra Miller é uma das peças de humor do filme, junto com Aquaman/ Jason Momoa, eles trazem um equilíbrio para o tom do filme e mostra que Snyder descobriu como lidar com os personagens sem entrar em uma profunda escuridão.

O retorno de Gal Gadot, Ben Affleck e Henry Cavill aos respectivos papéis de Mulher-Maravilha, Batman e Superman é aquilo que esperávamos, o filme trouxe esses personagens de onde eles pararam em Batman vs Superman e é reconhecível suas lutas internas e seus atos de grandeza em um universo mais bem estabelecido. A mudança do Batman sobre finalmente acreditar que há esperança é algo plausível para o contexto e toda aquela forma piadista do filme de 2017 foi retirado, voltando ao personagem mudando conforme o tempo e se transformando num líder necessário. Mulher-Maravilha é vista como uma deusa e um elo de união para com os outros personagens. Tudo o que os personagens sofreram são usados para unir a equipe de heróis, como uma reunião de grupo.

Uma das coisas boas do filme de 2017 é o Superman, que retorna dos mortos para ajudar a Liga da Justiça. Dessa vez temos o retorno quase que parecido, porém ele está em um nível muito maior e sinceramente, não dá para entender a decisão de não usarem o uniforme preto naquela época, pois ficou incrível tanto a volta do Superman que parece muito mais forte que o normal e um visual de arrepiar! Seu retorno é de cair o queixo de qualquer espectador.

O tom do filme é diferente de Batman vs Superman, dessa vez encontramos o equilíbrio quase perfeito para a Liga da Justiça, que ainda está construindo seus personagens e suas interações, mas dessa vez acerta precisamente em trazer uma sensação de paz e esperança. Liga da Justiça é um filme muito positivo e reconfortante em meio ao caos.

O filme de 4 horas se propõe em explicar cada peculiaridade desse universo de forma intimista e junto disso apresenta batalhas de tirar o fôlego, algo parecido que vimos em O Senhor dos Anéis. As primeiras partes preparam um terreno tenebroso para uma ameaça antiga e essa construção cria um clima de alerta e faz com que os personagens se juntem para que todo o mundo que eles conhecem seja destruído. O grande vilão do filme é completamente repaginado e é muito mais ameaçador que a sua versão de 2017, aliás, todas as lutas com o Lobo da Estepe são sangrentas. Darkseid é uma ameaça muito maior e cria um clima de extrema tensão em seus momentos.

As 4 horas de filme passaram como se fossem 2 horas, acontecem uma quantidade de eventos épicos no seu decorrer e sempre deixa um gostinho de quero mais, sem sombras de dúvidas eu assistiria tranquilamente mais horas do filme. Mesmo com uma quantidade pequena de dinheiro para finalizar um blockbuster, os efeitos especiais do filme são balanceados, mas fica nítido o que já tinha sido finalizado e o que eles terminaram recentemente, mas não atrapalha em nada sua experiência do épico.

A trilha sonora também é um ponto alto do filme, com à volta de Hans Zimmer, Junkie XL muitas outras participações, além da música de Nick Cave – Distant Sky que insere uma profundidade ainda maior para esse filme, que é dedicado a filha Autumn. Nick Cave também perdeu um filho e a música parece ter sido escolhida como uma espécie de processamento do luto e um pouco de esperança para seguir em frente. A Liga da Justiça de Zack Snyder é cheio de camadas para um filme de “bonecos” e fala muito mais sobre como o diretor entende o mundo e se coloca no lugar desses personagens e a trilha sonora é um sinal claro disso.

O longa conta com uma variedade de personagens que não haviam sido testados antes e se você só viu os trailers oficiais, vai se surpreender com alguns deles. O filme abre caminho para uma continuação e muitos filmes solos de personagens que aparecem no decorrer dele e pode ser um novo recomeço para esse universo diferente, que se encaixaria perfeitamente em um multiverso encabeçado pela DC.

Conclusão

Sangrento, “boca suja”, épico e profundo é que define Liga da Justiça de Zack Snyder. Um filme que não se prende a nenhuma fórmula, ele se permite ser diferente e encontra o equilíbrio no tom, necessário para criar uma sensação de esperança. Zack Snyder inseriu no filme uma mensagem positiva, de conforto e amizade e a crença de que tudo vai ficar bem. É o melhor filme da DC e em alguns aspectos um dos melhores de heróis já feito. Liga da Justiça de Zack Snyder lutou muito para encontrar a luz e quando encontrou, se mostra maior do que as expectativas geradas. Um filme sem precedentes! O Frankenstein de 2017 retorna a sua forma humana.

Nota: 5/5.

O longa está disponível no Brasil até 7 de abril como um vídeo premium sob demanda em lojas digitais do país, incluindo Apple TV, Claro, Google Play, Looke, Microsoft, Playstation, Sky, Uol Play, Vivo e WatchBr. A partir de junho de 2021, LIGA DA JUSTIÇA DE ZACK SNYDER, estará disponível exclusivamente para streaming na HBO Max, após o lançamento da plataforma no país.

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Guilherme
Guilhermehttp://geeksaw.com.br/
Primeiro Batman antes de Bruce Wayne. Extrovertido e sem graça. Uma mistura de piadas ruins e clichês, e um senso de humor gigante para rir delas. Editor chefe do GeekSaw. Apaixonado pela "Bigscreen" e por tudo que é novidade.

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