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Crítica – Os Guardiões

Há alguns meses, diversos sites de notícias e entretenimento divulgam o trailer de um filme que se popularizou pela internet como “Os Vingadores Russos”. O longa tratava-se de Os Guardiões, produção russa com orçamento de 330 milhões de rublos, que equivalem a aproximadamente 17 milhões de reais. Dado ao grande sucesso do trailer, a obra estreou no cinema através da Paris filmes. Contudo, a película russa que se lançou no competitivo gênero de filmes de heróis é bem menos épica do que anunciado, sendo um claro exemplo de expectativa x realidade.

Dirigido por Sarik Andreasyan, Os Guardiões conta a história de Arsus (Anton Pampushniy), Khan (Sanzhar Madiev)Ler (Sebastien Sisak) e Xenia (Alina LaNina). Quatro sobre-humanos que adquiriram poderes após serem utilizados como cobaias para os experimentos realizados por August Kuratov (Stanislav Shirin), que também adquiriu poderes. Anos após o ocorrido, uma organização russa junta os quatros heróis para enfrentar August, o cientista que torturou aos heróis no passado e hoje ameaça o mundo.

Com 100 minutos de duração, o longa apresenta um roteiro básico, cuja a estrutura já foi utilizada em diversos outros filmes anteriormente. Contudo, a trama joga muita informação em tela dado à duração da película, tornando-a corrida e confusa. A história não é extremamente simples, mas o número de eventos e personagens em demasia fazem que a trama não se aprofunde em nada: por mais que exista a tentativa de dar alguma complexidade nos personagens, o pouco tempo de desenvolvimento torna tudo superficial. Ao mesmo tempo, os diversos eventos que ocorrem sequencialmente não deixam tempo para absorção, tornando tudo menos impactante.

Além disso, as falhas da estrutura se estendem por quase todos os aspectos da obra: o tom se altera entre os já conhecidos sombrio e humorístico, porém essa constante alteração gera falas a ações completamente fora do timing. Os cortes de câmera e as cenas são rápidas, não de uma maneira dinâmica, mas de um modo que torna tudo desnecessariamente apressado.  Ainda, a fotografia se junta à grande bagunça que Os Guardiões é, resultando em ansiosas e apressadas movimentações das câmeras que ocorrem sem necessidade além de enquadramentos que dificultam a já difícil compreensão do longa.

Em contraparte, a trilha sonora é competente. Todavia, há uma constante necessidade de narrar a obra cinematográfica por meio da trilha. Por conta disso, muitas vezes a trilha sonora ocasiona uma grande expectativa para algo que, em tela, não é tão grandioso quanto a trilha narra. Parte dessa falta de grandeza, se dá ao baixo orçamento: as maquiagens e os efeitos especiais são ruins se comparados aos padrões americanos, mas razoáveis se considerado o país de origem e orçamento. O grande destaque dos efeitos especiais é a bonita movimentação de Khan, um ninja velocista que usa lâminas para lutar. Os efeitos combinam com o tom do personagem e a partir disso, entregam as cenas mais visualmente bonitas do filme.

Além das melhores cenas visuais, Khan é o personagem com mais profundidade emocional do longa. Apesar de seu visual parecer uma cópia do Soldado invernal, Khan parece ser o personagem mais original da película. Afinal, quase tudo no longa provem de algo já feito nos quadrinhos ou em filmes de heróis. Porém, essa mistura de vários eventos consagrados em outras produções que faz com que nada tenha o impacto ou profundidade semelhantes aos dos materiais originais.

Portanto, em uma tentativa de grandeza, Os Guardiões se apropria das fórmulas e eventos de vários filmes do gênero que deram certo e os joga no liquidificador, resultando em uma obra supérflua e sem identidade própria. Talvez, o grande problema do longa foi querer ser grande demais, quando em alguns casos, menos é mais. Não é cabível comparar o filme às obras de sucessos como Os Vingadores e até Batman vs Superman; afinal, enquanto esses são grandiosas produções Hollywoodianas, Os Guardiões é uma produção russa de baixo orçamento.  No entanto, a junção desconexa de vários elementos e a pretensiosidade do longa o tornam falho por si só, sem a necessidade de comparações.

Nota: 4

P.S.: A versão legendada possuí o áudio em inglês, a dublada em português foi feita pela excelente equipe da UniDub.

No Brasil, Os Guardiões está em exibição nos cinemas.

Guilherme
Guilhermehttp://geeksaw.com.br/
Primeiro Batman antes de Bruce Wayne. Extrovertido e sem graça. Uma mistura de piadas ruins e clichês, e um senso de humor gigante para rir delas. Editor chefe do GeekSaw. Apaixonado pela "Bigscreen" e por tudo que é novidade.
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