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Fallen | Autora Lauren Kate e Addison Timlin falam sobre filme e comparações com outras sagas

O GeekSaw foi convidado para uma coletiva de imprensa com a autora Lauren Kate e a atriz Addison Timlin, do filme Fallen. A entrevista aconteceu no Hotel Estanplaza Funchal.

A autora e a atriz vieram para o Brasil para divulgar o seu novo filme “Fallen” que estreia ainda este ano. A autora e atriz responderam perguntas sobre o filme, como foram as filmagens, a comparação com a saga “Crepúsculo” e muitos mais.

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Confira abaixo as perguntas que rolaram na coletiva:

 

P: Houveram problemas envolvendo o marketing ou de algum outro tipo que atrasaram o lançamento do filme?

Lauren Kate: Obrigada pela pergunta. Na verdade, não diria que tivemos problemas de marketing, apenas quisemos fazer tudo com muito cuidado, calma e do jeito certo para o lançamento. O Brasil é o segundo país onde Fallen está sendo lançado. Começamos nas Filipinas e o retorno foi muito bom, o que está nos ajudando muito na promoção do filme e eu agradeço muito a todos vocês por isso!

 

P: Sobre o processo de adaptação, por que optar pelo cinema e não por uma série de TV, por exemplo?

Lauren Kate: O processo de adaptação começou por volta de 2009, logo após o livro ser lançado. Eu não tinha muito conhecimento sobre o mercado editorial e adaptações, até então. Logo, foi um aprendizado muito interessante para mim. Como o público dos livros foi se formando e crescendo bastante, senti que teria a responsabilidade de me envolver no processo de adaptação também. Felizmente, os leitores de Fallen sabem expressar muito bem o que querem e participaram desse processo. Também sou produtora executiva do filme e minha comunicação com Scott Hicks (diretor) foi excelente desde o início. A partir da nossa comunicação e juntamente com o elenco e suas sugestões, conseguimos produzir um ótimo filme.

 

P: Na abertura do filme, é mostrado ao espectador uma terceira opção que não a entre o bem ou mal e sim, o lado do amor. Em que você se inspirou para ter essa ideia, introduzindo o amor como uma escolha à parte do bem e do mal?

Lauren Kate: Na verdade, obrigada pela pergunta! Você resumiu muito bem a ideia que eu quis transmitir para Hollywood. Foi difícil no início, pois não era necessariamente uma história sobre o conflito entre o bem e o mal ou Céu contra Inferno, mas sim uma saga onde o amor é o herói. Minha inspiração foi a passagem de Gênesis 6:1 e 2, que diz: “Quando os homens começaram a multiplicar-se na terra e lhes nasceram filhas, os filhos de Deus viram que as filhas dos homens eram bonitas e escolheram para si aquelas que lhes agradaram”. E eu estava trabalhando com uma estudiosa de divindades na época que sugeriu esse momento de atração que os anjos sentiram pelas humanas como motivo para os anjos terem caído do Céu. Fiquei obcecada com a ideia de um anjo ter feito essa escolha pelo amor e quão grande seria esse sacrifício feito por amor. Quis achar uma garota que merecesse esse amor e foi quando encontrei Luce.

 

P: Addison, você se sentiu pressionada de alguma forma por interpretar uma personagem de uma saga tão famosa e aguardada?

Addison Timlin: (risos) Muito! Senti a pressão, pois queria transmitir com fidelidade aquilo que a personagem representa para os leitores dos livros, então, tentei me conectar com ela de uma maneira significativa para mim. Claro que cada um terá sua interpretação sobre ela, mas eu segui a minha verdade.

 

P: Addison, você leu os livros antes de começar a filmar a adaptação para o cinema? Tem algum favorito?

Addison Timlin: Não quis terminar de ler os outros livros da saga antes de terminar o filme de Fallen, para sentir o que Luce sentia e sabia naquele momento da história. Quis descobrir as coisas junto com ela. Meu livro favorito da saga é Paixão (Passion).

 

P: Qual foi a sensação de ver a primeira cena do seu livro na tela?

Lauren Kate: Tive muitos momentos que foram emocionantes para mim. Por exemplo, quando fui ao set das filmagens em Budapeste e vi aquele mundo enorme que havia sido criado a partir de algo que escrevi sem ter grandes expectativas, foi muito emocionante. Eu já assisti ao filme umas 15, 16 vezes e amo a abertura. Escrevi a narrativa do início que dá o tom do filme que virá a seguir e é algo do qual tenho muito orgulho.

 

P: Como foi interpretar alguém que está perdida não somente em seu meio social, mas também entre amores?

Addison Timlin: Minha parte favorita é que Luce teve várias vidas passadas e ela se lembra de fragmentos dessas vidas. Ela tem uma relação inexplicável com Daniel que é a chave para a razão dela se sentir deslocada do mundo, as vidas passadas fazem com que ela tenha várias camadas. A relação deles (Luce e Daniel) revela algo novo a cada minuto. Já com Cam, são duas pessoas muito parecidas, que sentem que são muito importantes uma para a outra e podem acabar se mostrando muito diferentes também. Mas prefiro Daniel (risos).

 

P: Em quais personagens você se inspirou para criar sua Luce?

Addison Timlin: Não houve atores ou personagens específicos nos quais me espelhei. Queria que ela fosse única, totalmente diferente das personagens que já estiveram nessa situação (estar dividida entre dois amores). Quis transmitir que ela é uma jovem livre, que tem controle sobre seu destino e que, devido à sua liberdade (inclusive a de amar) se vê dividida entre dois amores.

 

P: Como está a reação das pessoas por onde têm divulgado Fallen?

Lauren Kate: Eu chorei ontem no Painel da Comic Con, pois estava sentada em frente à plateia e o filme começou a passar na tela atrás de mim. As pessoas começaram a gritar, tapar as bocas, os rostos iluminados pelas cenas. Fiquei muito tocada e agradecida. Tivemos uma acolhida muito boa nas Filipinas, mas nada se compara ao Brasil, vocês são muito calorosos.

 

Addison Timlin: Tive uma reação muito parecida com a de Lauren. Quando o trailer passou pela primeira vez, estava nos bastidores, muito ansiosa para ver também. Foi uma experiência muito especial de compartilhar com os fãs.

 

P: Você se inspirou em “Crepúsculo” para criar o triângulo amoroso? Acha que isso faz parte de algum tipo de realização feminina (já que há muitos livros com essa perspectiva atualmente)?

Lauren Kate: Não. Eu cheguei a ler alguns dos livros, mas não durante o processo de escrita. Quando escrevi Fallen, estava trabalhando no meu mestrado, mergulhada em estudos bíblicos. Nunca havia me interessado pela temática sobrenatural e jamais pensei em escrever sobre isso. Entretanto, acabei mergulhando no mundo da fantasia. Quanto ao triângulo amoroso e a questão feminina, não vejo que uma personagem em busca pelo amor seja “desempoderada”. Acredito que o amor é a razão de estarmos aqui, ele nos dá uma autonomia que nada mais pode e quero transmitir às mulheres jovens que o amor pode nos dar asas.

 

P: Vocês acham que Luce pode ser um símbolo do empoderamento feminino, por ser forte e destemida?

Addison Timlin: Com certeza! Ela pode ser um exemplo, pois em um contexto difícil, com o reformatório e o relacionamento conturbado com os colegas, ainda assim, ela decide ser quem é, sem ceder às pressões, com convicção no que acredita e do que quer, inclusive no amor, uma qualidade admirável.

Lauren Kate: Eu a chamei de Luce, que significa “luz”, mas não sabia o que iria acontecer até Êxtase (Rapture). Luce vivia em uma escuridão e eu precisava leva-la até a luz. Ela conseguiu isso pela sua força e suas convicções. Luce é, ao mesmo tempo, forte e vulnerável e conseguiu encontrar a luz de forma muito bonita.

 

P: Você tem medo de ficar marcada pelo papel de Luce? Isso seria bom ou ruim?

Addison Timlin: O sucesso é muito bom, muda sua vida profissional e pessoal. Fazer um filme requer muito esforço e é sempre ótimo quando o público gosta. Me identificarem com uma personagem específica, não é algo que busco (embora possa acontecer) procuro ser eu mesma.

 

P: Você citou as origens da história, inclusive os estudos bíblicos. Em que momento a reencarnação entrou para o enredo, sendo um conceito que não é aceito em todos os lugares ou religiões?

Lauren Kate: Sempre há áreas nebulosas sobre os conceitos de bem e mal ao redor do mundo. Nos livros, há anjos entediantes, demônios charmosos, ou seja, nada é preto e branco. Há diferentes respostas pelos lugares, mas gosto de apresentar as personagens assim, humanizadas. Quando trabalhava com uma estudiosa sobre os conceitos bíblicos, ela me mostrou cada menção sobre os anjos na Bíblia. Passei meses lendo e percebi que há várias contradições e inconsistências. Por exemplo, procurei uma resposta para a seguinte pergunta: “Quanto levou para que os anjos caíssem na terra”? Alguns textos diziam “mil anos”, outros “do nascer ao pôr do sol”. Então, perguntei a ela: “O que faço com isso? Qual é a verdade”? Ela me respondeu: “O que Milton fez? O que Dante fez? Escolha sua versão favorita e não olhe para trás”.

 

P: O que acha de filmes que alteram drasticamente a história dos livros? Você foi consultada sobre as mudanças feitas em Fallen?

Lauren Kate: Eu participei ativamente em todas as alterações, desde o início. O fato de ter terminado de escrever os livros um ano antes de começarem as filmagens ajudou bastante porque não fiquei tão presa aos detalhes, tive uma visão mais distanciada. O importante para mim e Scott (Hicks, diretor) era destilar a essência dos livros no filme. É claro que há cenas que não estão no livro e foram acrescentar e vice-versa. Em determinados momentos, tentamos incluir cenas do livro no filme, mas não funcionaram. Então, elas foram retiradas e eu concordei. Para mim, o mais importante era a química entre Daniel, Luce e Cam e todos se saíram muito bem.

 

P: Quanto tempo duraram as gravações? Tem alguma cena que foi excluída que gostariam tivesse ido para o filme afinal? Entre Inferno, de Dante e Paraíso Perdido, de Milton, qual é a melhor obra?

Addison Timlin: É difícil falar disso! Sempre há as coisas que acabam ficando no chão da ilha de edição. Diria que algumas cenas a mais de vidas passadas e algumas cenas que foram reduzidas. Acabamos nos apegando a alguns detalhes que acabam cortados, mas no final, aceitamos por saber que é para um resultado melhor.

Lauren Kate: É uma escolha impossível escolher entre Dante e Milton. Ambos são tão importantes para mim! Li Paraíso Perdido quando criança e no Ensino Médio e odiei. Li Inferno na faculdade enquanto escrevia Fallen e amei. Então, voltei e reli Milton enquanto escrevia e me apaixonei, principalmente pela caracterização do mal, feita no livro.

 

P: O filme não tem exatamente um final. Gostaria de saber se há uma continuação e se ela já está sendo filmada ou produzida. Também foi dito que a Sword&Cross foi ambientada em Budapeste, o casarão é real ou houve outras locações? Por fim, Addison teve alguma experiência sobrenatural durante as filmagens, já que a temática costuma abrir precedentes para isso?

Lauren Kate: O casarão é um castelo há uma hora de Budapeste. Addison sabe mais do que eu, pois fiquei apenas dez dias por lá. Procuramos pelo mundo todo por uma locação e achamos a de Budapeste ideal. Eu tinha uma imagem diferente da Sword&Cross, mas depois da ambientação, o cenário ficou perfeito. Quanto ao final, ele se parece com o final do livro. Sei que dá a impressão de que o filme não acabou, mas foi intencional. Estava começando a escrever Tormenta (Torment) na época e quis mostrar que cada fim pode ser um começo.

Addison Timlin: A Sword&Cross foi ambientada em duas locações diferentes em Budapeste. A frente era filmada em um lugar e a parte detrás ficava a duas horas dali. Os dormitórios, corredores e biblioteca foram filmados no mesmo lugar da parte posterior da escola. As cenas filmadas do alto foram bem caras (risos). Lembram do incêndio? Foi real! A casa realmente pegou fogo! Foi triste. Tudo foi construído, mas ainda assim foi triste. Também tínhamos cinco sets para a biblioteca e queimamos todos. Foi assustador. Agora, sobrenatural? Se apaixonar é sobrenatural! Então, fui tocada pelo sobrenatural.

 

P: Esta pergunta é de uma fã que pegou seu autógrafo na Comic Con e me pediu para fazê-la: como foi escrever uma série sobre anjos em uma época em que muito se falava em vampiros? Como foi o início de colocar as ideias no papel?

Lauren Kate: Eu não escolhi escrever sobre anjos. Sempre escrevi sobre histórias de amor e isso foi o que me inspirou. Antes de começar Fallen, estava me formando e trabalhando em um livro há sete anos. Era um romance sobre duas pessoas que estavam profundamente apaixonadas, o tipo de amor no qual eu acredito. Mas eles acabam se isolando de tudo e todos: amigos, família, sociedade. Não faziam nada pelo mundo ao seu redor. Foi quando li sobre Gênesis e o sacrifício que esse anjo fez por amor e quis escrever sobre isso. A ideia de que o amor pode mudar o mundo. Não o mundo dos amantes, mas de toda a humanidade.

 

P: A personagem Luce, no início, não acreditava em reencarnação, mas durante o filme passa crer. Você acredita em reencarnação e que se não acharmos o amor nesta vida, podemos encontrar em uma próxima?

Addison Timlin: Eu passei a acreditar nisso. Éramos todos céticos, de alguma forma, porém durante as filmagens isso começou a mudar. Minha mãe costumava dizer que eu tinha nove vidas, pois vivia machucada e nada acontecia. Minha família também sempre dizia que eu tinha uma “alma velha”, mesmo quando mais jovem. Acredito que é o que Luce também tem (uma alma mais sábia do que a de uma mera adolescente). Também já tive essa experiência de me conectar com alguém como se já a conhecesse há muito tempo, então acho que o mundo todo está ligado de alguma forma.

 

Fallen estréia dia 08 de Dezembro nos cinemas.

Guilherme
Guilhermehttp://geeksaw.com.br/
Primeiro Batman antes de Bruce Wayne. Extrovertido e sem graça. Uma mistura de piadas ruins e clichês, e um senso de humor gigante para rir delas. Editor chefe do GeekSaw. Apaixonado pela "Bigscreen" e por tudo que é novidade.
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